O ministro das Comunicações do governo Lula, Juscelino Filho (União Brasil/MA), está prestes a enfrentar uma fase crucial em sua trajetória política. Intimado pela Polícia Federal a depor na próxima semana em Brasília, Juscelino é um dos principais investigados em um inquérito que levanta suspeitas sobre o uso irregular de emendas no Maranhão durante seu mandato como deputado federal, no ano de 2022.
As acusações pairam sobre destinações financeiras questionáveis, em especial os vultosos recursos direcionados para obras de pavimentação em Vitorino Freire, município onde sua irmã, Luanna Rezende, atua como prefeita reeleita. Dos R$ 7,5 milhões destinados, uma parcela significativa, no valor de R$ 5 milhões, teria sido direcionada para a melhoria de uma estrada que circunda propriedades da família do ministro.
A situação se agrava com a revelação de que a empresa responsável pela execução das obras, a Construservice, é de propriedade de Eduardo José Barros Costa, conhecido como "Eduardo Imperador", figura ligada a Juscelino. Eduardo foi preso sob a acusação de pagamento de propinas a funcionários federais para obtenção de contratos em Vitorino Freire.
O engenheiro Julimar Alves da Silva Filho, da Codefasv, entidade responsável pela autorização do orçamento para a pavimentação, também está sob suspeita de ter recebido suborno, no montante de R$ 250 mil. Enquanto isso, Juscelino enfrenta o bloqueio de seus bens, estipulado em R$ 835 mil, em decorrência da investigação.
Se confirmadas, as acusações podem resultar em uma série de crimes, como fraude em licitação, lavagem de dinheiro, participação em organização criminosa, peculato e corrupção ativa e passiva. Esta última, especialmente delicada, marca um ponto inédito na gestão do governo Lula, sendo a primeira vez que um ministro é convocado como investigado em um inquérito sobre corrupção, embora os fatos em questão tenham ocorrido antes de sua posse no Ministério das Comunicações.
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*Com informações Revista Oeste
