Quarta, 05 de Novembro de 2025

Brasil registra recorde de 4,9 milhões de casos de dengue em 2024

Apesar de tendência de queda, Ministério da Saúde alerta para novo surto a partir de novembro devido às mudanças climáticas

20/05/2024 às 08h17
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O Brasil registrou um recorde histórico de mais de 4,9 milhões de casos de dengue neste ano. Embora o governo celebre uma tendência de queda nas infecções, o Ministério da Saúde já se prepara para um possível aumento nos casos a partir de novembro. As epidemias de dengue costumam ter intervalos de um ano, mas essa janela tem se tornado menor nos últimos anos, com previsões indicando que o ciclo epidemiológico possa se antecipar.

De acordo com a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, os modelos matemáticos sugerem que a próxima epidemia pode começar ainda em novembro de 2024. “Teremos um tempo pequeno de preparação porque os nossos modelos matemáticos entendem que a gente pode começar a epidemia de 2025 ainda em novembro de 2024. Então, estamos atuando na epidemia atual e já nos preparando para a próxima, por conta do curto espaço que teremos”, afirmou durante um encontro de pesquisadores no Ministério da Saúde.

Na quinta e sexta-feira (15 e 16/5), a pasta realizou um encontro com mais de cem pesquisadores para definir estratégias de combate à dengue e outras arboviroses que devem se proliferar na virada do ano.

Dengue e mudanças climáticas

O encurtamento do ciclo da dengue tem sido atribuído às mudanças climáticas. O infectologista Kléber Luz, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que as alterações climáticas tornam as temperaturas propícias para a multiplicação dos mosquitos Aedes aegypti por mais tempo. “A elevação das temperaturas e a intensificação das chuvas, comuns no final do ano, criam um ambiente propício para a proliferação do mosquito. As chuvas têm ocorrido em maior volume e mais cedo, o que acreditamos que esteja por trás do aumento de contágios”, explica Luz.

Especialmente a Região Norte do Brasil pode ser mais afetada pela antecipação dos casos. O infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), destaca que a Amazônia, com seu clima quente e úmido, oferece um habitat ideal para o mosquito. “Além disso, a presença de populações isoladas e em áreas sem saneamento adequado forma um caldo perfeito para um boom de casos”, indica Weissmann.

O Ministério da Saúde continuará monitorando a situação e implementando medidas preventivas para tentar mitigar o impacto do próximo surto de dengue.

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*Com informações Metrópoles

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