Sexta, 07 de Novembro de 2025

Gleisi Hoffmann divulga entrevista editada de Lula sobre aborto, omitindo declaração polêmica

Vídeo não inclui comentários sobre vítimas de estupro enquanto presidente aborda desigualdade no acesso ao aborto seguro

20/06/2024 às 08h25
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução/You Tube
Foto: Reprodução/You Tube

A deputada e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann (PR), compartilhou no Instagram um trecho editado de uma entrevista que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu à rádio CBN. O vídeo, creditado ao Canal Gov, não inclui a parte em que Lula refere-se ao bebê de uma vítima de estupro como “monstro”.

A declaração de Lula foi feita na terça-feira (18), enquanto ele comentava sobre o projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gestação ao crime de homicídio. Na entrevista, Lula questionou: "Por que uma menina é obrigada a ter um filho do cara que estuprou ela? Que monstro vai sair do ventre dela?" Além disso, o presidente desafiou o autor do projeto, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a considerar o que faria se a filha dele fosse vítima de estupro.

Lula reiterou sua posição pessoal contra o aborto, mas afirmou que, como chefe de Estado, trata o tema como uma questão de saúde pública. Ele destacou as desigualdades no acesso ao aborto seguro, ressaltando que "você não pode continuar permitindo que a madame vá fazer aborto em Paris e a coitada morra em casa tentando furar o útero com uma agulha de tricô."

A fala completa de Lula levantou debate, pois ele também enfatizou a necessidade de discutir o tema de forma civilizada, mencionando que muitas meninas jovens são vítimas de estupro e enfrentam gravidezes indesejadas.

No vídeo compartilhado por Hoffmann, a marca d'água do Canal Gov é visível, e o perfil também divulgou a versão editada da entrevista. A omissão da parte polêmica gerou críticas e levantou questões sobre a transparência e a manipulação de informações em discussões públicas sensíveis.

Lula finalizou a entrevista afirmando que o aborto não deveria ser um tema prioritário no atual cenário político e social do Brasil. "O aborto não deveria nem ter entrado em pauta. O tema do Brasil não é esse," declarou ele, sinalizando a necessidade de focar em outras questões urgentes do país.

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*Com informações Pleno News

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