Domingo, 17 de Agosto de 2025

Economistas alertam: preços dos alimentos podem subir até 7,5% em 2024

Impactos climáticos e variação do dólar são os principais fatores que pressionam os custos dos alimentos no Brasil

21/06/2024 às 11h01
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Bancos, consultorias e corretoras estão revisando para cima suas projeções de inflação para os alimentos em 2024, alertando para um possível aumento de até 7,5% nos preços. Essa revisão representa um acréscimo significativo em relação à projeção anterior, que apontava um aumento de 3,5%, superando inclusive a expectativa de inflação geral para o ano, estimada em 3,96% segundo o Boletim Focus divulgado recentemente.

O aumento nos preços dos alimentos em 2023 já foi expressivo, com uma alta de 0,52%. Para este ano, fatores como a intensidade do El Niño, as chuvas intensas no Rio Grande do Sul e a antecipação do La Niña estão contribuindo para pressionar ainda mais os preços. Produtos como arroz, legumes, verduras e frutas não devem registrar redução significativa no segundo semestre, enquanto carnes e leite, que tiveram quedas nos últimos 12 meses, podem voltar a subir.

Economistas consideram que o cenário de preços mais altos para alimentos representa um risco adicional para a economia, já monitorado pelo Banco Central. A autoridade monetária, que vinha reduzindo a taxa básica de juros (Selic), interrompeu esse ciclo de queda devido à alta do dólar e aos riscos fiscais associados aos gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo análise do jornal O Globo, a Tendências Consultoria revisou sua previsão de aumento dos preços dos alimentos no domicílio de 3,5% para 4,5% em 2024, atribuindo o ajuste aos impactos do El Niño e às chuvas no Rio Grande do Sul. Alimentos in natura, que geralmente teriam queda de preços nesta época do ano, estão mais caros, afetando diretamente as expectativas de inflação para este e o próximo ano.

Previsões Econômicas para 2024

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, projeta que os alimentos no domicílio ficarão 7,5% mais caros em 2024, aproximando-se da média histórica de alta de 7,3% ao ano. Um relatório do Santander alerta para os efeitos rápidos da transição do El Niño para o La Niña, que podem impactar negativamente a safra de grãos na América do Sul, elevando ainda mais os preços dos alimentos. O banco observa que os preços da soja e do milho subiram nas últimas três ocorrências do La Niña.

Antes mesmo dos efeitos completos do La Niña, os excessos de chuvas no Sul, causados pelo El Niño, já haviam elevado os preços dos alimentos in natura. Dados do IBGE mostram que, até maio deste ano, o arroz teve um aumento de 26% em 12 meses, enquanto a batata inglesa registrou uma alta de expressivos 57,94%.

Diante desse cenário desafiador, o mercado e os consumidores devem se preparar para um período de custos mais elevados, principalmente nos itens essenciais da cesta básica, impactando diretamente o poder de compra das famílias brasileiras.

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