Sexta, 07 de Novembro de 2025

PF prepara relatório final sobre suspeita de golpe de Estado envolvendo Bolsonaro e altos escalões militares

Documento, previsto para agosto, aponta indícios de conspiração para anular eleições e manter Bolsonaro no poder

22/07/2024 às 09h01
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A Polícia Federal (PF) está finalizando um relatório crucial previsto para ser divulgado em agosto, que investiga se o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas se articularam para promover um golpe de Estado. A investigação apura tentativas de anular as eleições que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, prender opositores e assegurar a permanência de Bolsonaro no poder.

De acordo com fontes da PF, o relatório final incluirá provas compartilhadas da investigação sobre a atuação de milícias digitais bolsonaristas. Entre os indiciados, estão Jair Bolsonaro, o general e ex-candidato a vice Walter Braga Netto, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, além de outras autoridades.

A PF busca fechar o quebra-cabeças da investigação e facilitar a individualização das condutas criminosas atribuídas aos militares e auxiliares, como o ex-assessor para Assuntos Internacionais Filipe Martins. Martins está sob investigação para provar que não deixou o país às vésperas do fim do governo Bolsonaro, como alegado pela polícia.

Para consolidar as provas, a PF solicitou o compartilhamento de evidências do inquérito que investiga como empresários, parlamentares e integrantes do “gabinete do ódio” atacavam adversários políticos, o Poder Judiciário e a urna eletrônica. Segundo a avaliação dos policiais, as investigações contra Bolsonaro fazem parte de uma trama maior que culminaria em um golpe de Estado. As milícias digitais, através de fake news e ataques pessoais, fomentavam dúvidas e ódio no eleitor comum.

Reuniões no Palácio da Alvorada discutiam justificativas jurídicas para anular as eleições e impedir a posse de Lula. Em outra frente, sob ordens de Bolsonaro, auxiliares foram instruídos a vender joias presentes ao Estado brasileiro e a fraudar cartões de vacina do ex-presidente e de sua filha para facilitar uma eventual saída do país.

Além disso, servidores da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), atualmente alvos de um inquérito sobre uma suposta “Abin paralela”, teriam atuado em conjunto com o “gabinete do ódio” e milícias digitais para criar um ambiente propício para questionar as eleições.

Na última quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afirmou que há indícios suficientes de uma “estrutura espúria infiltrada na Abin” destinada a obter vantagens para o núcleo político do ex-presidente Bolsonaro.

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*Com informações Veja

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