Domingo, 08 de Setembro de 2024

Brasil enfrenta crise alimentar: 8,4 milhões subnutridos e 14,3 milhões em situação de fome

Estudo da ONU revela leves avanços na redução da desnutrição, mas insegurança alimentar permanece alta e desigualdades são acentuadas

24/07/2024 às 10h49
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Um estudo recém-publicado por cinco agências da ONU, incluindo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), revela que aproximadamente 8,4 milhões de brasileiros enfrentaram fome entre 2021 e 2023. O relatório, divulgado nesta quarta-feira (24) no Rio de Janeiro durante o evento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, também mostra que 39,7 milhões de brasileiros lidaram com insegurança alimentar, com 14,3 milhões em situação severa.

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Embora esses números representem uma melhoria em comparação ao período anterior (2020-2022), quando o Brasil tinha 10,1 milhões de pessoas em estado de desnutrição e 70,3 milhões em insegurança alimentar, a situação ainda é preocupante. Esses índices estão acima dos níveis observados entre 2014 e 2016, quando 27,2 milhões de brasileiros enfrentavam insegurança alimentar.

Globalmente, a fome permanece elevada desde a pandemia, com entre 713 e 757 milhões de pessoas afetadas em 2023, o que equivale a aproximadamente 1 em cada 11 indivíduos no mundo. A insegurança alimentar moderada ou severa impacta 28,9% da população global. A disparidade no acesso a uma alimentação saudável é notável: 71,5% da população em países de baixa renda não consegue arcar com uma dieta adequada, enquanto em países de alta renda esse índice é de apenas 6,3%.

O relatório destaca a falta de avanços significativos na erradicação da fome, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030. Embora a América Latina e o Caribe tenham mostrado progresso, a África viu um aumento na subnutrição e a Ásia experimentou estagnação.

A atual edição do relatório também foca nos mecanismos de financiamento para combater a fome. Entre 2017 e 2021, a segurança alimentar e nutrição receberam menos de um quarto da assistência total para o desenvolvimento, cerca de US$ 76 bilhões anuais. Desses recursos, apenas 34% foram destinados às causas principais da insegurança alimentar e da desnutrição.

A FAO enfatiza que, apesar das melhorias, tanto o Brasil quanto o mundo ainda enfrentam desafios substanciais na luta contra a fome e a insegurança alimentar. Há uma necessidade urgente de financiamento adequado para atingir a meta de fome zero até 2030 e enfrentar as desigualdades marcantes na distribuição de alimentos.

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*Com informações Jovem Pan

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