Domingo, 08 de Setembro de 2024

A perseguição a Bolsonaro: ataques e defesa em meio à crise política

Ex-presidente denuncia retaliações e busca reconquistar direitos políticos

26/07/2024 às 08h19
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Em meio a uma série de investigações e acusações, o ex-presidente Jair Bolsonaro suavizou o tom após aparentes ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (25), em Caxias do Sul (RS). Em entrevista, Bolsonaro afirmou que não menciona o Supremo em seus discursos e que seu foco é exclusivamente criticar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Recentemente indiciado pela Polícia Federal em diferentes crimes, incluindo a fraude do cartão de vacina e a suposta apropriação indevida de presentes de luxo, Bolsonaro enfrenta um cenário jurídico conturbado. Uma eventual denúncia terá que ser analisada pelo STF, o que reacende a tensão entre o ex-presidente e o tribunal.

Em um evento com apoiadores, Bolsonaro afirmou que Lula "pessoalmente" retirou seus dois carros blindados, apesar de ex-presidentes não terem direito a esses veículos. Além disso, queixou-se de ter perdido assessores devido a medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que proíbem a comunicação com auxiliares investigados no inquérito sobre a tentativa de golpe durante seu governo.

Bolsonaro expressou preocupação com sua segurança, comparando sua situação com a tentativa de assassinato de Donald Trump. Ele sugeriu que a retirada dos carros blindados e a restrição de seus assessores fazem parte de um plano para facilitar sua execução. Em entrevista, Bolsonaro esclareceu que suas declarações referiam-se ao "sistema como um todo", que ele considera estar conspirando contra ele.

"Eu estava me referindo ao sistema como um todo. O sistema é uma coisa mais ampla. Sou um cara que importuna o sistema, querendo ou não", afirmou.

Apesar das críticas de aliados ao ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro disse que não defende a prisão do magistrado e que não toca no assunto do Supremo em suas falas públicas. Seu foco, segundo ele, é buscar anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e justiça para seus apoiadores.

Bolsonaro também se mostrou impressionado com a grande adesão popular em seus atos públicos recentes, alegando sentir uma rejeição crescente ao presidente Lula nas ruas. Criticou duramente as políticas econômicas do atual governo, mencionando a taxação de produtos importados da China e a tentativa de taxar o Pix.

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Questionado sobre suas motivações, Bolsonaro declarou que espera reconquistar seus direitos políticos e se candidatar à Presidência em 2026, embora esteja inelegível até 2030. "Se eu puder me candidatar, eu ganho, tenho certeza disso", afirmou.

O clima de hostilidade marcou também um evento em Farroupilha (RS), onde o prefeito local, Fabiano Feltrin, sugeriu, em uma transmissão nas redes sociais, guilhotinar o ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro, ao seu lado, afirmou que a fala de Feltrin foi mal interpretada e que ele usou um antigo instrumento de tortura, não uma guilhotina.

"Ele [Feltrin] usou um negócio para prender os caras, colocar os prisioneiros. Espero que não façam maldade com ele [Feltrin]", disse Bolsonaro, referindo-se a uma possível investigação contra o prefeito.

Em meio a essas controvérsias, Bolsonaro segue denunciando uma suposta perseguição política, enquanto seus apoiadores mantêm a pressão sobre as instituições que o investigam. A batalha entre o ex-presidente e o "sistema", como ele define, promete novos capítulos turbulentos na política brasileira.

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