Sábado, 07 de Setembro de 2024

Governo Lula sob fogo cruzado: Licitação de medicamento gera polêmica e acusações de superfaturamento

Ministério da Saúde paga 36% acima do valor previsto em licitação, gerando críticas e suspeitas de irregularidades

26/07/2024 às 16h44
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Em uma decisão controversa, o Ministério da Saúde aceitou pagar cerca de R$ 300 milhões a mais do que o previsto inicialmente para a compra do medicamento imunoglobulina, em uma licitação realizada na última quinta-feira (25). O pregão eletrônico estipulava um preço máximo de R$ 1.028 por unidade, mas o valor final acordado foi de R$ 1.400 por unidade, um aumento de 36% em relação ao limite inicial.

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A notícia, publicada pelo UOL, gerou uma onda de críticas e suspeitas de superfaturamento e cartel, levantadas pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). Em resposta, o Ministério da Saúde negou quaisquer irregularidades, afirmando que a licitação seguiu todos os requisitos legais. De acordo com o ministério, representantes tentaram negociar preços mais baixos, mas o valor mais competitivo alcançado foi de R$ 1.400 por unidade, ofertado pelas empresas ASP Farmacêutica e Grifols Brasil.

O processo licitatório foi ainda mais complicado pela exclusão de empresas estrangeiras, que, apesar de oferecerem preços menores, não possuíam registro do produto junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esta decisão foi respaldada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kássio Nunes Marques, que suspendeu uma determinação anterior do TCU permitindo a participação dessas empresas.

Em meio à polêmica, o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) usou as redes sociais para criticar o governo petista. "Agora todo dia isso. Mais um tapa na cara dos brasileiros! Com o PT a história é sempre a mesma, dinheiro do contribuinte indo pelo ralo. Foi assim no Lula 1 e 2, no Dilma 1 e 2 e agora novamente. Infelizmente, a moda é desperdício de recursos públicos", disparou o senador.

A crítica de Flávio Bolsonaro ecoa a insatisfação de muitos cidadãos que veem na situação um exemplo de má gestão dos recursos públicos. O aumento expressivo no preço acordado, mesmo com a tentativa de negociação por parte do Ministério da Saúde, levanta questões sobre a eficiência e a transparência dos processos licitatórios no Brasil.

Além disso, a exclusão de empresas estrangeiras, que poderiam oferecer preços mais baixos, ressalta uma problemática recorrente nas licitações públicas: a burocracia e a regulamentação que, em muitos casos, podem impedir a obtenção de melhores condições para o erário público. A decisão do ministro Kássio Nunes Marques, que impossibilitou a participação dessas empresas, foi fundamental para o desfecho desfavorável em termos de preço.

A situação exige uma investigação minuciosa por parte dos órgãos de controle, como o TCU e o Ministério Público, para apurar possíveis irregularidades e garantir que o processo tenha sido conduzido de maneira transparente e justa. Além disso, é necessário repensar as políticas de registro e participação em licitações para evitar que decisões judiciais limitem a competitividade e, consequentemente, aumentem os custos para o governo e, em última instância, para a população.

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A compra de imunoglobulina, essencial para muitos tratamentos médicos, não pode ser comprometida por práticas questionáveis e decisões administrativas que desfavorecem o interesse público. A pressão por respostas claras e soluções efetivas deve ser mantida, visando uma gestão mais responsável e eficiente dos recursos destinados à saúde no Brasil.

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