Segunda, 16 de Setembro de 2024
Publicidade

Santuário de Lúcifer no RS levanta debate: Marcha para Exu na Paulista expõe choque de crenças no Brasil

Em um país de maioria cristã, evento em São Paulo e polêmicas recentes no Sul levantam questionamentos sobre os limites da liberdade religiosa

19/08/2024 às 17h00
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

No último domingo (18), a Avenida Paulista foi palco da "Marcha para Exu", um evento que, à primeira vista, celebra a fé e a cultura das religiões de matriz africana. Com o tema "Nunca foi sorte, sempre foi macumba", a marcha atraiu milhares de pessoas que, segundo os organizadores, buscavam desmistificar Exu, frequentemente associado ao diabo, e promover o respeito inter-religioso. No entanto, para muitos brasileiros, o evento também levanta preocupações profundas sobre a crescente aceitação de práticas e simbologias que, em uma nação de maioria cristã, desafiam valores religiosos tradicionais.

Continua após a publicidade
Anúncio

O Brasil, um país historicamente católico e com uma crescente população evangélica, se encontra diante de uma encruzilhada. De um lado, a Constituição garante liberdade religiosa; de outro, a promoção de figuras como Exu, que carregam conotações ambíguas, alimenta o debate sobre até que ponto a sociedade deve tolerar práticas que, para muitos, flertam perigosamente com o satanismo.

Essa preocupação se intensifica quando considerada a recente descoberta de um Santuário de Lúcifer no Rio Grande do Sul, que chocou a população e gerou um acalorado debate sobre a proliferação de cultos satanistas no Brasil. Enquanto os organizadores da "Marcha para Exu" insistem que sua fé nada tem a ver com o diabo, a proximidade simbólica entre Exu e figuras demoníacas nas religiões abraâmicas não pode ser ignorada. Para muitos cristãos, eventos como a marcha são vistos como uma afronta direta à fé cristã e uma normalização perigosa de práticas consideradas ocultistas.

O organizador da marcha, Jonathan Pires, afirmou que Exu é amor, caminho e proteção, não o diabo. Contudo, a defesa de Exu como uma figura benevolente é vista por críticos como um esforço para maquiar aspectos da cultura religiosa que, em sua essência, contradizem a doutrina cristã.

Além disso, a crescente visibilidade de eventos como a marcha na Avenida Paulista levanta questões sobre a influência cultural que essas práticas estão ganhando em espaços públicos. Será que estamos assistindo a uma expansão da liberdade religiosa, ou a uma erosão dos valores cristãos que formaram a base da sociedade brasileira?

A questão que surge é se o Brasil está preparado para lidar com o choque entre tradições religiosas estabelecidas e a promoção de práticas que, para muitos, desafiam diretamente a ordem moral. Em meio à polêmica, fica a reflexão: até que ponto a liberdade religiosa deve prevalecer em um país onde a maioria da população ainda se identifica como cristã? A resposta a essa pergunta poderá determinar os rumos da convivência religiosa no Brasil nos próximos anos.

Continua após a publicidade

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias.

*Com informações Mídia Ninja

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários