No último domingo (18), a Avenida Paulista foi palco da "Marcha para Exu", um evento que, à primeira vista, celebra a fé e a cultura das religiões de matriz africana. Com o tema "Nunca foi sorte, sempre foi macumba", a marcha atraiu milhares de pessoas que, segundo os organizadores, buscavam desmistificar Exu, frequentemente associado ao diabo, e promover o respeito inter-religioso. No entanto, para muitos brasileiros, o evento também levanta preocupações profundas sobre a crescente aceitação de práticas e simbologias que, em uma nação de maioria cristã, desafiam valores religiosos tradicionais.
O Brasil, um país historicamente católico e com uma crescente população evangélica, se encontra diante de uma encruzilhada. De um lado, a Constituição garante liberdade religiosa; de outro, a promoção de figuras como Exu, que carregam conotações ambíguas, alimenta o debate sobre até que ponto a sociedade deve tolerar práticas que, para muitos, flertam perigosamente com o satanismo.
Essa preocupação se intensifica quando considerada a recente descoberta de um Santuário de Lúcifer no Rio Grande do Sul, que chocou a população e gerou um acalorado debate sobre a proliferação de cultos satanistas no Brasil. Enquanto os organizadores da "Marcha para Exu" insistem que sua fé nada tem a ver com o diabo, a proximidade simbólica entre Exu e figuras demoníacas nas religiões abraâmicas não pode ser ignorada. Para muitos cristãos, eventos como a marcha são vistos como uma afronta direta à fé cristã e uma normalização perigosa de práticas consideradas ocultistas.
O organizador da marcha, Jonathan Pires, afirmou que Exu é amor, caminho e proteção, não o diabo. Contudo, a defesa de Exu como uma figura benevolente é vista por críticos como um esforço para maquiar aspectos da cultura religiosa que, em sua essência, contradizem a doutrina cristã.
Além disso, a crescente visibilidade de eventos como a marcha na Avenida Paulista levanta questões sobre a influência cultural que essas práticas estão ganhando em espaços públicos. Será que estamos assistindo a uma expansão da liberdade religiosa, ou a uma erosão dos valores cristãos que formaram a base da sociedade brasileira?
A questão que surge é se o Brasil está preparado para lidar com o choque entre tradições religiosas estabelecidas e a promoção de práticas que, para muitos, desafiam diretamente a ordem moral. Em meio à polêmica, fica a reflexão: até que ponto a liberdade religiosa deve prevalecer em um país onde a maioria da população ainda se identifica como cristã? A resposta a essa pergunta poderá determinar os rumos da convivência religiosa no Brasil nos próximos anos.
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*Com informações Mídia Ninja
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