O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a considerar o retorno do horário de verão no Brasil, uma medida que pode ajudar a mitigar os efeitos da pior seca em quase um século. A decisão, que ainda precisa ser formalizada, reflete a crescente preocupação com a capacidade de fornecimento de energia do país, à medida que os reservatórios se esvaziam e o consumo aumenta.
Lula pediu que a proposta fosse baseada estritamente em critérios técnicos e não políticos, levando em conta a situação hídrica do país. A reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) nesta quinta-feira (19) abordará essa questão, com a expectativa de que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresente estudos sobre a eficácia do horário de verão em termos de economia de energia.
Historicamente, o horário de verão busca aliviar a pressão durante os horários de pico, quando o consumo de energia atinge seu ponto máximo. Contudo, especialistas alertam que, embora a medida possa oferecer um respiro temporário, não resolve os problemas estruturais que o Brasil enfrenta em sua matriz energética. O retorno do horário de verão pode ser uma "aliada" em um quadro de crise, mas é apenas uma solução paliativa diante da seca extrema que afeta a produção hidrelétrica.
O clima de otimismo entre setores do comércio e turismo, que veem no horário de verão uma oportunidade de impulsionar suas atividades, contrasta com a realidade de um sistema elétrico à beira do colapso. A proposta do retorno, defendida também por figuras como o vice-presidente Geraldo Alckmin, é recebida com cautela por especialistas que reconhecem a urgência de um plano abrangente e sustentável para a gestão dos recursos hídricos.
A expectativa é que a implementação do horário de verão ocorra em cerca de 30 dias, mas até lá, o Brasil precisará de mais do que apenas ajustes temporários para enfrentar os desafios impostos pela seca e pela crescente demanda energética.
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*Com informações CNN e Metrópoles