A Caixa Econômica Federal, principal banco de financiamento imobiliário do país, tem deixado milhares de brasileiros na espera pela assinatura de contratos de compra de imóveis, mesmo com os processos de concessão de empréstimo já aprovados. Em um cenário de falta de recursos, a instituição vem segurando a liberação de contratos, com alguns aguardando há mais de 50 dias. "São 30 contratos aprovados esperando verba. Está tudo assinado, mas a Caixa diz que não tem dinheiro e não dá previsão de quando terá", afirma um correspondente bancário da Zona Leste de São Paulo, que prefere manter o anonimato.
A situação preocupa ainda mais porque, a partir de 1º de novembro, o banco vai impor novas regras para o financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão, o que deve elevar os custos da operação para quem sonha com a casa própria. Com apenas 15% do orçamento anual disponível para o último trimestre de 2024, a Caixa busca equilibrar uma equação complexa: a alta demanda por imóveis, o aumento dos saques na poupança (principal fonte de recursos do crédito imobiliário) e a taxa Selic em dois dígitos, em nova escalada.
Desde o ano passado, a direção do banco vem manifestando preocupação com o risco de falta de verba para o financiamento em 2025. Contudo, para muitos brasileiros, esse problema já é uma realidade sentida no presente, afetando compradores, vendedores e toda a cadeia do setor imobiliário. Outro correspondente bancário relatou uma queda brusca na assinatura de contratos, passando de 25-30 por semana para apenas cinco na primeira semana de outubro, enquanto cerca de cem aguardam recursos. O cenário deixa em alerta os brasileiros que sonham com a casa própria, expostos ao risco de ver o custo do crédito imobiliário aumentar ainda mais nas próximas semanas.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias.
*Com informações Folha de S.Paulo