Nos bastidores da política brasileira, cresce a tensão entre os aliados de Jair Bolsonaro e a cúpula das Forças Armadas. A expectativa é alta em relação ao inquérito da Polícia Federal que investiga uma tentativa de golpe que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em 2023. Fontes próximas ao ex-presidente e membros da alta esfera militar prevêem que, na próxima semana, Bolsonaro e os generais que atuaram em seu governo poderão ser indicados.
Auxiliares de Bolsonaro acreditam que a lista de indiciados incluirá também os ex-ministros Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, todos generais da reserva do Exército. O temor é palpável, especialmente em relação a Augusto Heleno, cujos 77 anos e prestígio nas Forças Armadas tornam seu indiciamento uma questão crítica. A cúpula militar vê a preocupação com o impacto de que um eventual indiciamento pode ter não apenas sobre a comissão de Heleno, mas também sobre a remuneração das instituições armadas.
Essa escalada de investigações levanta sérias questões sobre a autonomia das Forças Armadas e seu papel na política brasileira. A possibilidade de uma indicação em massa pode criar uma fissura significativa entre a atual liderança militar e os legados de um governo que ainda detém forte apoio entre uma parte da população. A situação se torna ainda mais complexa à medida que os militares tentam equilibrar sua imagem institucional com as pressões políticas externas.
À medida que a investigação avança, o clima de apreensão entre os apoiadores de Bolsonaro e os altos escalões do Exército sugere que a perseguição não se limita apenas ao ex-presidente, mas atinge as estruturas mais profundas do poder militar. A próxima semana promete ser decisiva para o futuro político de Bolsonaro e de seus aliados, enquanto a Polícia Federal prepara um movimento que pode reconfigurar o cenário político brasileiro de forma irrevogável.
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*Com informações Metrópoles