Segunda, 02 de Dezembro de 2024
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Oposição aproveita impedimento de Moraes para pedir afastamento do magistrado de inquérito sobre golpe

ecisão do STF de barrar voto de Alexandre de Moraes em processo sobre morte de manifestante abre caminho para novos ataques da oposição à sua imparcialidade na investigação do 8 de Janeiro

22/11/2024 às 11h55
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi impedido de votar em um processo desta semana, o que gerou um novo foco de tensão na política brasileira. A ação, movida pela família de Cleriston Pereira da Cunha, manifestante que morreu após ser preso nas manifestações de 8 de janeiro, resultou no afastamento de Moraes da votação. O STF, por unanimidade, decidiu que o ministro seria o único entre os 11 integrantes da Corte a ficar fora da deliberação sobre a queixa movida contra ele, que envolve acusação de maus-tratos e abuso de autoridade durante a prisão de Cunha.

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O afastamento de Moraes neste caso alimentou os argumentos da oposição, que agora utiliza o incidente como um precedente para pedir seu afastamento da relatoria de outros processos sensíveis, incluindo o inquérito sobre o suposto golpe de Estado em 2022. A oposição, em particular, defende que, assim como no caso de sua participação como parte em processos, Moraes deveria se declarar impedido de atuar em investigações nas quais é diretamente afetado, como a apuração dos eventos de 8 de janeiro, onde ele foi um dos alvos do suposto plano de golpe.

O advogado Tiago Pavinatto, que representa a família de Cunha no caso, afirmou que a postura do STF deveria ser aplicada também aos outros processos envolvendo Moraes. "Para manter a coerência, Moraes não pode permanecer à frente do inquérito do 8 de janeiro", disse, em clara crítica ao magistrado. Pavinatto, conhecido por suas posições contrárias a Moraes e simpatia pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, reitera que o STF deve seguir sua própria jurisprudência.

A Procuradoria Geral da República (PGR), em março deste ano, já havia se posicionado contra um pedido de afastamento de Moraes feito pela defesa de Bolsonaro. Embora a defesa alegasse que o ministro seria uma "vítima central" no suposto plano de golpe, o procurador Paulo Gonet considerou que a acusação não trouxe provas claras de parcialidade, mantendo Moraes na relatoria do caso.

O impasse levanta questões sobre a imparcialidade dos ministros do STF em processos altamente políticos, alimentando ainda mais a divisão entre aliados e opositores do governo atual. Com a oposição insistindo em novos pedidos de afastamento, o cenário judicial segue sendo um campo de disputa intensa e polêmica.

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*Com informações Metrópoles

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