Domingo, 28 de Dezembro de 2025

Gilmar Mendes minimiza crise entre poderes: “Isso não é uma crise, é um soluço”

Parlamentares pressionaram o governo Lula após decisão do STF sobre emendas

04/12/2024 às 11h49
Por: Tatiana Lemes
Compartilhe:
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, tentou amenizar o impacto do impasse gerado pela decisão do ministro Flávio Dino, confirmada por unanimidade no STF, que liberou a execução das emendas parlamentares sob novas regras. “Isso não é uma crise, é um soluço”, declarou Mendes durante evento do Lide, em Brasília, nesta quarta-feira (4).

A decisão, que exige maior transparência na execução das emendas, gerou insatisfação no Legislativo. Parlamentares ameaçaram travar a votação de projetos cruciais, como o pacote fiscal e o orçamento de 2025, acusando o Executivo e o Judiciário de descumprirem acordos.

Movimentos para apaziguar tenso

Em meio à turbulência, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, interpôs recurso na Suprema Corte para tentar suavizar os termos da decisão. Gilmar Mendes afirmou que uma nova deliberação do STF sobre o tema deve ocorrer ainda nesta semana e se mostrou confiante em uma solução que pacifique os ânimos.

Enquanto isso, o presidente Lula tem intensificado negociações com o Legislativo para preservar a governabilidade e garantir a aprovação do pacote fiscal. O episódio evidencia as dificuldades do Planalto em equilibrar as demandas dos três poderes diante de um Congresso cada vez mais insatisfeito com as decisões judiciais que restringem sua autonomia.

A situação, ainda que minimizada por Mendes, representa um teste à capacidade de articulação política do governo e sua relação com o Parlamento, em um momento crítico para a agenda econômica e orçamentária do país.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e acompanhe nossas redes sociais.

*Com informações R7

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Quando a Justiça abandona os fatos: audiência de custódia transforma hipóteses em provas contra Bolsonaro
Política Há 1 mês Em Brasil

Quando a Justiça abandona os fatos: audiência de custódia transforma hipóteses em provas contra Bolsonaro

A manutenção da prisão preventiva de Jair Bolsonaro expôs um movimento preocupante: a substituição de fatos por suposições como base para decisões judiciais. Mesmo após esclarecer tecnicamente a questão da tornozeleira e negar qualquer intenção de fuga, a audiência de custódia tratou cenários hipotéticos como verdades consolidadas. O resultado é uma medida extrema sustentada mais pelo ambiente político e midiático do que por elementos concretos.
A Cortina de Fumaça da Tornozeleira: o enredo oculto por trás da prisão de Bolsonaro
Política Há 1 mês Em Brasil

A Cortina de Fumaça da Tornozeleira: o enredo oculto por trás da prisão de Bolsonaro

Enquanto manchetes repetem uma versão simplificada, os documentos, a cronologia e o silêncio sobre relações sensíveis revelam que a tornozeleira pode ter sido apenas o álibi conveniente para uma decisão já tomada.
O silêncio ensurdecedor sobre o Banco Master: por que ninguém pergunta sobre a ligação com a família de Alexandre de Moraes?
Política Há 1 mês Em Brasil

O silêncio ensurdecedor sobre o Banco Master: por que ninguém pergunta sobre a ligação com a família de Alexandre de Moraes?

Enquanto o debate nacional se concentra na tornozeleira de Bolsonaro, relações profissionais sensíveis entre parentes do ministro do STF e um grande banqueiro seguem intocadas. É apenas coincidência — ou parte de uma cortina de fumaça muito conveniente?
 Crise BRB–Banco Master se agrava: liquidação, afastamentos e a missão de Temer expondo fragilidade política para Celina e Ibaneis.
BANCO MASTER Há 1 mês Em Brasil

Crise BRB–Banco Master se agrava: liquidação, afastamentos e a missão de Temer expondo fragilidade política para Celina e Ibaneis.

Após a prisão do controlador do Banco Master e a liquidação da instituição pelo Banco Central, veio à tona que o ex-presidente Michel Temer foi contratado pelo banco para tentar negociar uma solução com o BC. O escândalo levou ao afastamento da cúpula do BRB, alimentou pedidos de CPI e pode ampliar o desgaste político para Celina Leão e Ibaneis Rocha no DF.