O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não conseguirá atingir a meta de redução do tempo de espera para a concessão de benefícios para 30 dias até o final de 2024, como prometido pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afirmou que o objetivo só será alcançado em 2025, destacando que imprevistos como a greve dos servidores e o aumento expressivo nos requisitos afetaram diretamente a fila.
O aumento da demanda, que ultrapassou 1,4 milhão de requisitos em um período de apenas três a quatro meses, dificultou a redução do tempo de espera. Embora o tempo médio de concessão tenha chegado a 34 dias em julho, a greve dos servidores e outros fatores inesperados, como o impacto da alta demanda, resultaram no aumento para 38 dias em outubro e a previsão de 39 dias até novembro. Mesmo com a implementação do Atestmed, que simplifica a concessão do auxílio-doença, o cenário não foi o esperado.
Stefanutto explicou que, embora o Atestmed tenha aliviado parte da carga de trabalho, com a análise documental atualizada como perícias médicas, o aumento no volume de requisitos foi inesperado. “Nós tivemos quase uma tempestade perfeita, com um aumento significativo nos pedidos”, afirmou, ressaltando que, por enquanto, não será possível atingir o objetivo de 30 dias.
O compromisso de reduzir a fila para 30 dias foi uma das principais promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, em 2022, encontrou o INSS com mais de 1,8 milhão de pedidos pendentes. Para lidar com esse cenário, foi criado o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS), sancionado em novembro de 2023. A legislação prevê, entre outras coisas, a liberdade de atestados médicos para a concessão de licenças, dispensando a perícia oficial .
Stefanutto revelou que, apesar da implantação de novas ferramentas e do uso de inteligência artificial para acelerar a análise dos pedidos, o objetivo é reduzir a fila para 30 dias até 2025. O governo está confiando no uso dessas tecnologias e novas estratégias de gestão para garantir que a meta seja atingida dentro do novo prazo previsto.
Entretanto, a redução da fila é um processo complexo, que exige mais do que apenas a implementação de novas leis. A alta demanda, aliada à necessidade de uma análise criteriosa dos documentos, exige uma gestão eficiente e adaptada à realidade de um volume crescente de pedidos. A meta de 30 dias continua sendo um objetivo importante, mas o INSS e o Ministério da Previdência precisam adaptar suas estratégias para lidar com os desafios imprevistos de 2024 e 2025.
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*Com informações Metrópoles
