Domingo, 16 de Fevereiro de 2025

Inflação em alta: Preço dos alimentos dispara e ameaça orçamento das famílias

Crise econômica se agrava com estiagem, alta das carnes e juros em patamares históricos

04/02/2025 às 09h54
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O Brasil enfrenta uma nova onda de inflação que atinge em cheio o bolso dos brasileiros, com destaque para o aumento expressivo no preço dos alimentos. Segundo a ata divulgada nesta terça-feira (4) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o cenário inflacionário permanece “adverso”, e os produtos básicos têm sido os mais afetados.

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A alta nos preços é atribuída a diversos fatores, como a estiagem prolongada, que compromete a produção agrícola, e o aumento nos custos das carnes, reflexo do ciclo do boi. Esses elementos, segundo o Copom, provocam uma pressão imediata e podem prolongar o impacto inflacionário no médio prazo devido aos mecanismos inerciais da economia brasileira.

Impactos amplos e persistentes

O relatório também aponta que bens industrializados estão sob pressão devido à desvalorização cambial, enquanto os serviços, tradicionalmente mais resistentes às oscilações econômicas, mantêm inflação acima do esperado. O Banco Central alerta que esses aumentos podem dificultar ainda mais o cumprimento da meta de inflação, estipulada em 3% para 2025, com variação de 1,5 ponto percentual.

No atual cenário, a taxa básica de juros (Selic) foi elevada para 13,25% ao ano, e há projeções de que alcance 15% até o final de 2025. Essa política monetária mais contracionista visa conter a alta dos preços, mas também eleva o custo de crédito, impactando investimentos e o consumo das famílias.

Meta de inflação em risco

De acordo com o Copom, há risco de descumprimento da meta inflacionária no primeiro semestre de 2025, caso as projeções atuais se confirmem. O órgão reconhece que, sem mudanças estruturais e uma condução fiscal responsável, a inflação acumulada em 12 meses pode ultrapassar o limite superior da meta por seis meses consecutivos, forçando o Banco Central a emitir uma carta de justificativa ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Reformas e disciplina fiscal são urgentes

A ata reforça a necessidade de o governo federal adotar medidas estruturais, como a implementação de reformas e maior disciplina fiscal, para evitar uma deterioração ainda maior do cenário econômico. A ampliação de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública são apontadas como fatores que podem elevar a taxa de juros neutra da economia. Esse movimento teria impactos negativos na eficácia da política monetária, dificultando ainda mais o controle da inflação e impondo um alto custo em termos de retração da atividade econômica.

O Copom também destacou a influência do cenário internacional, especialmente a condução da política econômica dos Estados Unidos, que mantém o ambiente externo desafiador. A postura do Federal Reserve (Fed) e os ritmos de desaceleração e desinflação na economia norte-americana adicionam incertezas ao quadro já delicado do Brasil.

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Com a inflação pressionando o custo de vida e os juros em níveis elevados, o Brasil se vê diante de um ciclo de dificuldades econômicas que exige respostas rápidas e coordenadas entre as políticas fiscal e monetária. Enquanto isso, o brasileiro médio sente no bolso o peso da crise, principalmente ao enfrentar os preços cada vez mais altos dos alimentos básicos.

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*Com informações Metrópoles

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