Desde dezembro, o Ministério da Saúde não repassa R$ 400 milhões às clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) responsáveis pelo tratamento de pacientes com doença renal crônica. O atraso, que afeta 700 unidades em todo o Brasil, foi revelado na última quarta-feira (5) pela Folha de S.Paulo e expõe a fragilidade no financiamento da saúde pública.
Os recursos deveriam ter sido enviados a estados e municípios para custear sessões de hemodiálise para cerca de 110 mil pacientes. Normalmente, o pagamento é realizado em até 30 dias após o fechamento do mês, mas o atraso de mais de um mês deixou as clínicas à beira do colapso financeiro, já que dependem do SUS como principal fonte de receita.
A Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT) denunciou que a Tabela SUS paga 30% abaixo do custo real de cada sessão de hemodiálise, vem agravando a situação. Segundo a entidade, o Ministério da Saúde não comunicou previamente o atraso, deixando clínicas e pacientes sem informações claras sobre a regularização.
Em resposta, o Ministério da Saúde atribuiu o atraso a mudanças no sistema de pagamentos que aumentaram a burocracia. Apesar disso, garantiu que os repasses seriam regularizados até o fim desta semana. Em nota, afirmou que o pagamento ocorreu apenas dois dias após o prazo inicialmente previsto.
A crise evidencia a precariedade do sistema de saúde pública no Brasil, colocando em risco a continuidade do tratamento essencial para milhares de pacientes com doença renal crônica.
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