A inflação de janeiro mostrou uma alta moderada de 0,16%, mas com uma crescente pressão sobre os bolsos dos brasileiros, especialmente no setor de transportes. O aumento de 10,42% nas passagens aéreas foi o grande responsável pela maior variação positiva no grupo dos Transportes, que registrou alta de 1,30% e impactou diretamente no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado já reflete o cenário preocupante para 2025, que começa com o custo de vida mais alto do que o esperado e com a inflação acumulada de 4,56%, ultrapassando o teto da meta de 4,50% para o ano.
De acordo com o IBGE, o aumento expressivo nas passagens aéreas fez o grupo dos Transportes responder por 0,27 ponto percentual da inflação total de janeiro, o que evidencia como os custos de deslocamento estão pressionando as finanças das famílias. Além disso, o custo dos combustíveis também contribuiu para essa elevação, com o etanol subindo 1,82%, o diesel 0,97% e a gasolina 0,61%, o que resulta em um encarecimento generalizado no transporte rodoviário e de carga.
Os reajustes nos ônibus urbanos (3,84%) e táxis (1,83%) também ajudaram a ampliar o peso no orçamento, principalmente nas grandes cidades como Rio de Janeiro e Salvador, onde os aumentos variaram de 4% a 7,83%. O reajuste de 3% nos trens e metrôs de São Paulo acrescenta mais um fardo ao custo de vida da população, tornando a mobilidade urbana ainda mais cara.
O cenário é alarmante, pois a inflação de janeiro, embora mais baixa que em dezembro de 2024, ainda não conseguiu diminuir de maneira significativa, refletindo um ano em que a pressão sobre o poder de compra dos brasileiros tende a se manter. A desaceleração da inflação em 0,36 ponto percentual não é suficiente para aliviar o peso das tarifas de transporte, que continuam a elevar o custo das necessidades básicas.
Em um contexto onde o Banco Central já ajusta sua política monetária para controlar a inflação, o aumento contínuo de tarifas e combustíveis pode resultar em mais dificuldades para a população. O impacto dessa pressão sobre os transportes só reforça o quanto é urgente uma estratégia eficaz para combater a alta dos preços e oferecer alternativas que não pesem ainda mais no bolso do cidadão.
Com o IPCA ainda fora da meta, o governo e os órgãos reguladores terão que enfrentar desafios adicionais para garantir que a inflação seja controlada, e que o brasileiro não sofra ainda mais com o aumento de preços essenciais para o dia a dia. A tendência para 2025 está clara: um ano de custos mais elevados, especialmente no transporte, e uma luta constante para garantir a estabilidade econômica.
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*Com informações Metrópoles