
A apresentação de denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros 33 candidatos no suposto golpe pós-eleitoral é um marco que coloca o ex-presidente em uma situação política extremamente delicada. Embora não esteja entre os acusados diretamente, o ex-líder do país não está no centro da disputa, com a possibilidade de vir a ser réu por sua possível participação na organização criminosa. A denúncia do procurador Paulo Gonet é clara: a investigação segue aberta e Bolsonaro ainda poderá ser responsabilizado.
Essa transferência judicial não afeta apenas a carreira de Bolsonaro. O impacto político é imediato. A cada passo na Justiça, mais se deseja a possibilidade de o ex-presidente ficar fora da corrida presidencial de 2026, uma vez que já está inelegível até 2030 devido a condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A denúncia coloca um peso sobre suas ambições políticas, que podem ser seriamente prejudicadas se a ação penal avançar para uma reportagem.
O processo ainda está em seus estágios iniciais, com a defesa tendo 15 dias para se manifestar. Mas o momento não poderia ser pior: no mesmo dia da denúncia, Bolsonaro se reuniu com aliados para discutir estratégias e reafirmar seu desejo de retomar a Presidência, em uma clara tentativa de manter sua relevância política. No entanto, a movimentação nos bastidores do Congresso está longe de ser apenas sobre uma possível anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Há um movimento crescente para alterar a Lei da Ficha Limpa, o que poderia abrir portas para Bolsonaro e outros políticos em situações semelhantes.
Entretanto, a direita também começa a se preparar para o pior cenário: a projeção de uma eleição sem Bolsonaro à frente. Se a denúncia se concretizar e o ex-presidente se afastar da disputa, quem tomará as decisões do campo conservador? Essa é a grande dúvida que paira sobre as articulações para 2026.
Os próximos meses prometem ser decisivos, e Bolsonaro está cada vez mais apertado entre a pressão judicial e a queda de braços pela liderança do Brasil.
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*Com informações Metrópoles