
Na noite desta terça-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de uma live no YouTube com o jornalista Leo Dias, onde abordou questões polêmicas sobre sua situação jurídica e os eventos de 8 de janeiro de 2023. Durante a entrevista, que alcançou mais de 700 mil visualizações, o político conservador falou sobre a possibilidade de ser preso, suas crenças em relação à justiça e sua versão dos fatos relacionados aos ataques aos prédios públicos em Brasília.
Questionado por Leo Dias se tem medo de ser preso, Bolsonaro, que enfrenta uma série de acusações, incluindo organização criminosa e golpe de Estado, afirmou que, embora não compartilhe seus sentimentos sobre a possibilidade de prisão nem com sua esposa, Michelle, terá que enfrentar as consequências de seus atos. O ex-presidente, que é alvo de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), não demonstrou medo e se mostrou confiante em sua fé, dizendo: “Deus me salvou da facada em 2018, não foi para acabar essa história aqui.”
Em relação às acusações de tentativa de golpe de Estado e aos possíveis 46 anos de prisão, Bolsonaro se mostrou resoluto. "Eu acredito que tenho um propósito maior", declarou, afirmando que não acredita que seu destino seja terminar na prisão. O ex-presidente também se pronunciou sobre a denúncia de inelegibilidade, dizendo que acredita que alguns magistrados estão tentando afastá-lo das próximas eleições. "O que alguns magistrados têm falado ao meu respeito, eu responderia: ‘Não’. Eles querem me tirar das eleições do ano que vem", afirmou.
O político conservador não poupou críticas à postura de alguns juízes e afirmou que é necessário um julgamento justo. "O magistrado tem que falar nos autos, não pode ficar dando declaração por aí", disse, referindo-se a declarações públicas feitas por membros do Judiciário sobre o seu caso. Bolsonaro ressaltou que acredita que algumas ações judiciais contra ele têm o objetivo de torná-lo inelegível, mas afirmou que, sem uma condenação formal, essa inelegibilidade permanece frágil.
Ao ser questionado sobre o ocorrido no 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro rejeitou a ideia de que os ataques aos prédios da Praça dos Três Poderes foram uma tentativa de golpe de Estado. Para o ex-presidente, o episódio foi um ato de vandalismo coordenado pela esquerda, alegando que não houve tentativa de tomada de poder. "Ninguém dá golpe em prédio, se dá golpe em pessoas", afirmou, destacando que a destruição dos edifícios públicos não foi orquestrada por ele ou seus aliados, mas por grupos de esquerda.
Bolsonaro ainda apontou que a destruição dos prédios em Brasília foi planejada pela esquerda e que, por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se deslocado para Araraquara naquele domingo de manhã, afastando-se de qualquer possível responsabilização pelo ocorrido. "Foi programado, só pode ser pela esquerda. Por que Lula foi domingo de manhã para Araraquara? Eles foram para lá para ficar livre de qualquer coisa que pudesse acontecer aqui [em Brasília]", afirmou.
A entrevista, que atingiu um grande público, tornou-se um dos maiores sucessos de audiência no canal de Leo Dias no YouTube, refletindo a continua relevância do ex-presidente Bolsonaro no cenário político nacional. O evento gerou um amplo debate nas redes sociais, com apoiadores e opositores reagindo às declarações do ex-chefe do Executivo, especialmente sobre o episódio de 8 de janeiro e sua visão sobre a justiça brasileira.
Ainda assim, a entrevista não deixou de evidenciar a postura de Bolsonaro em relação à sua trajetória política e aos desafios que enfrenta atualmente, mantendo-se firme nas suas crenças e afirmando que sua luta está longe de terminar.
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