Segunda, 19 de Maio de 2025

Centro-Oeste desafia crise e lidera crescimento econômico do Brasil em 2025

Com safra recorde e expansão no setor imobiliário, a região deve ser o único motor de aceleração da economia no próximo ano, impulsionada pelo agronegócio

26/02/2025 às 12h04
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Em meio a uma previsão de recessão técnica para o Brasil até 2025, o Centro-Oeste se destaca como o único território do país a registrar uma aceleração de sua atividade econômica. O segredo para esse crescimento inusitado está na força do agronegócio da região, que deve se beneficiar de uma safra recorde de grãos, projetada para alcançar 325,7 milhões de toneladas na temporada 2024/2025. Essa alta, de 9,4% em relação à safra anterior, promete não só recuperar perdas causadas por fenômenos climáticos adversos, mas também consolidar o Centro-Oeste como a região que mais cresce no país.

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O crescimento robusto do Centro-Oeste, que deve avançar 2,8% em 2024, desenha uma trajetória sólida de prosperidade, enquanto o restante do Brasil deve ver uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB). O Sul, por exemplo, terá um crescimento de apenas 1,8%, contra os 3,1% de 2024. O Sudeste, região economicamente mais forte, projeta uma alta de 1,6% (bem abaixo dos 3,7% do ano passado), enquanto o Norte e o Nordeste devem registrar baixas em seu crescimento.

No entanto, para o Centro-Oeste, a tendência é de aceleração, principalmente por conta da produção agrícola. Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, responsáveis pela maior produção de grãos do país, devem se destacar com PIBs de 4,4% e 3,7%, respectivamente. Essa expansão no agronegócio, que já se reflete na área de etanol de milho – um dos maiores motores de crescimento do estado de Mato Grosso – traz consigo um aumento considerável na demanda por produtos e serviços em toda a região.

Não é só o campo que está em ascensão. O setor imobiliário tem se expandido a passos largos, com Goiânia se destacando como um dos principais polos imobiliários do Brasil. A cidade ocupa as primeiras colocações no ranking nacional para imóveis de alto e médio padrão, como mostrado no Índice de Demanda Imobiliária. Além disso, o número de unidades vendidas na região em 2024 cresceu 6,4%, superando a média nacional, o que reflete o impacto direto do agronegócio no crescimento econômico local.

Esse crescimento também reflete no aumento das empresas na região, que saltaram de 1,5 milhão para mais de 2 milhões nos últimos nove anos, segundo a pesquisa do IPC Maps. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) também registrou uma média de crescimento financeiro de 20,9% no Centro-Oeste, significativamente superior ao crescimento de 9,3% do restante do país.

Outro fator importante é o impacto positivo do agro nos outros setores da economia. A chegada de trabalhadores para atender à crescente demanda da indústria de etanol e ao agronegócio como um todo tem gerado um ciclo virtuoso que também envolve a construção civil, o comércio e o setor de serviços. Ricardo Arioli, um dos maiores produtores da região, explica que a relação entre o agro e o setor imobiliário é indissociável, uma vez que as indústrias demandam mão de obra e, consequentemente, mais moradia e mais desenvolvimento urbano.

O impacto econômico do agronegócio no Centro-Oeste é também visível na venda de carros de luxo. O mercado de veículos como caminhonetes, em especial modelos como Hilux e Amarok, tem se aquecido, sendo o público ligado ao setor agropecuário um dos maiores compradores desse tipo de automóvel.

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O crescimento do Centro-Oeste também tem se refletido na população. A região, ainda a menos populosa do país, foi a que registrou o maior aumento populacional nos últimos 12 anos, com uma taxa de crescimento anual de 1,2%, mais do que o dobro da média nacional, que ficou em 0,52%. Brasília, capital federal, também experimentou uma expansão significativa, tornando-se a terceira cidade mais populosa do Brasil, com 2,81 milhões de habitantes.

Em resumo, enquanto o resto do país enfrenta uma desaceleração econômica, o Centro-Oeste se mantém firme e em crescimento, alimentado pelo agro e pela expansão de vários outros setores. O futuro parece promissor para a região, com uma economia que se fortalece cada vez mais, gerando empregos, atraindo investimentos e mostrando um caminho sólido de crescimento para 2025.

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*Com informações Metrópoles

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