A aldeia guarani-kaiowá de Guyraroká, em Caarapó, sofre com os efeitos das pulverizações de agrotóxicos nas lavouras de soja próximas. Os moradores relatam dores de cabeça, vômitos, diarreia e irritação nos olhos e na pele, impactos mais graves em crianças, gestantes e idosos.
Com 120 habitantes, a comunidade não consegue mais cultivar alimentos básicos como milho, mandioca e melancia, comprometendo sua subsistência. “A gente não consegue plantar porque perde tudo o que a terra produz”, relata um morador que pediu anonimato por segurança.
Recentemente, os indígenas ocuparam a Fazenda Ipuitã em protesto contra o uso de herbicidas, reivindicando apenas o cumprimento da demarcação de suas terras. Operações do Ibama e da Força Nacional também apreenderam mais de 200 quilos de agrotóxicos contrabandeados do Paraguai escondidos na mata da Terra Indígena.
A Terra Indígena Guyraroká foi reconhecida como posse tradicional em 2009, mas decisão do STF em 2014 anulou 11 mil hectares reivindicados. A comunidade aguarda julgamento de ação rescisória e de ação do MPF que solicita indenização de R$ 170 milhões por danos sofridos ao longo de um século.
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*Com informações Campo Grande News