Terça, 05 de Agosto de 2025

Tarifaço de Trump deve encarecer produtos e elevar inflação no Brasil

Impostos sobre importações dos EUA afetam eletrônicos, alimentos e medicamentos; especialistas alertam para alta do dólar e impacto no bolso dos brasileiros

04/04/2025 às 11h22
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma nova tarifa de 10% sobre produtos importados do Brasil deve atingir diretamente o bolso dos consumidores brasileiros. A medida, que entra em vigor nesta sexta-feira (5), iguala a alíquota que o Brasil já cobra dos EUA, mas provoca efeitos imediatos na economia doméstica, segundo economistas ouvidos pelo Metrópoles.

Entre os primeiros reflexos está o aumento de preços de produtos importados, como eletrônicos, eletrodomésticos e medicamentos, que dependem de componentes ou vêm diretamente dos Estados Unidos. “O impacto é direto no preço de prateleira. E com cadeias produtivas sendo atingidas, o efeito pode se espalhar”, explica o economista Marcos Hanna.

Outro risco apontado é a desvalorização do real frente ao dólar, o que tende a tornar ainda mais caros os produtos importados. “Se o câmbio for pressionado, o efeito dominó pode atingir setores como alimentos e combustíveis”, acrescenta Hanna.

O professor de economia Maurício Takahashi também alerta para impactos no setor alimentício, com possíveis aumentos em itens como trigo, carne bovina e óleo de soja, cujos preços são cotados em dólar. “Mesmo os produtos fabricados aqui podem ficar mais caros se dependerem de insumos estrangeiros”, explica.

Além do impacto direto no consumo, há também reflexos no mercado de trabalho. Empresas exportadoras, diante de custos mais altos e mercado externo incerto, podem reduzir contratações. Por outro lado, empresas que atuam exclusivamente no mercado interno podem se beneficiar da redução da concorrência internacional.

A justificativa de Trump é de que os EUA vêm sendo prejudicados por tarifas estrangeiras, e a medida busca fortalecer a indústria americana. Já o governo brasileiro classificou a decisão como injusta e avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). Uma reação mais firme, por meio do Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, foi descartada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que afirmou que o Brasil não pretende iniciar uma guerra comercial com Washington.

Enquanto o Planalto decide como reagir, quem sente primeiro os efeitos é o consumidor brasileiro, que deve enfrentar um cenário de inflação pressionada, dólar em alta e menor poder de compra.

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