O campo-grandense está sendo esmagado pelo peso do supermercado. A cesta básica em Campo Grande é hoje a terceira mais cara do Brasil, de acordo com levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgado nesta segunda-feira (7). O morador da capital precisa desembolsar R$ 788,58 para garantir o mínimo à mesa — valor que representa 56,16% do salário mínimo líquido.
O impacto no bolso do trabalhador é brutal: são 114 horas e 17 minutos de trabalho apenas para custear alimentos básicos, um aumento de mais de duas horas em relação ao mês anterior. Na comparação com março do ano passado, o campo-grandense está trabalhando 33 minutos a mais para comer o mesmo.
Os preços seguem em escalada: entre fevereiro e março, a alta foi de 1,89%, e no acumulado dos últimos 12 meses, os alimentos encareceram 8,02%. Entre os itens que mais pressionaram a inflação estão o arroz-agulhinha (2,21%) e o óleo de soja (1,16%), este último com uma disparada anual absurda de 41,82%. A carne bovina, sonho cada vez mais distante, também pesa: subiu 24,94% no ano.
E nem o tradicional cafezinho escapou: o café em pó subiu 6,79% em março e já acumula alta de 89,40% em 12 meses. Enquanto isso, o açúcar cristal, necessário para adoçar a bebida, teve queda, mas ainda acumula 4,69% de alta anual.
Embora alguns itens tenham recuado — como batata, feijão-carioca, pão francês e farinha de trigo —, a queda pontual não foi suficiente para aliviar a conta. A média segue subindo e a rotina do campo-grandense é cada vez mais apertada entre salário curto e prateleiras caras.
Com o aumento do custo de vida e a renda comprometida, o campo-grandense vive um cenário de desequilíbrio econômico regional, onde o esforço aumenta, mas a comida no prato diminui. A promessa de estabilidade não chegou à mesa da população.
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