Sexta, 25 de Abril de 2025

Haddad ignora economia como fator eleitoral e culpa extrema-direita pela rejeição de Lula

Ministro minimiza desaprovação do governo e aposta na comunicação para reverter crise

09/04/2025 às 10h21
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Enquanto a desaprovação ao governo Lula supera os 50%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a economia “não será mais o fator determinante” nas eleições, atribuindo a crise de popularidade ao avanço da extrema-direita no mundo. Em entrevista à Folha de São Paulo, Haddad destacou que os resultados econômicos positivos do Brasil, como o crescimento em 2024, não impediram a queda de aprovação do governo.

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“O que está acontecendo não é algo crônico”, argumentou o ministro, tentando reduzir o peso das críticas. No entanto, dados alarmantes mostram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentando forte rejeição:

  • Genial/Quaest (2 de abril): 56% desaprovam o governo.

  • AtlasIntel/Bloomberg (1º de abril): Desaprovação de 53,6%.

  • Datafolha (5 de abril): 49% desaprovam a gestão, contra 48% de aprovação.

Apesar da rejeição, Haddad minimizou o impacto econômico nas urnas, apontando para exemplos internacionais como Macron e Biden, que, mesmo com bons indicadores, enfrentaram derrotas eleitorais.

Apostas no discurso, não na prática

Para Haddad, o maior problema do governo não está na gestão econômica ou nas decisões políticas, mas na comunicação. Ele afirmou que o governo precisa encontrar um “posicionamento comunicativo” capaz de traduzir ações em resultados percebidos pela população.

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“O governo está acertando no atacado. É preciso mostrar às pessoas um plano de voo claro e esperançoso até as eleições”, declarou.

Uma justificativa que não convence

A análise de Haddad soa como uma tentativa de desviar o foco de problemas internos. Com o dólar fechando 2024 em R$ 6,18 e a população lidando com os efeitos de uma moeda desvalorizada e um custo de vida elevado, culpar fenômenos externos, como a extrema-direita global, pode ser visto como um discurso que ignora os desafios reais enfrentados pelos brasileiros.

Resta saber se o governo conseguirá alinhar sua narrativa aos anseios populares ou se continuará na defensiva, tentando justificar um cenário que, para muitos, é resultado direto das políticas e decisões adotadas nos últimos meses.

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