O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou ao Congresso Nacional, nesta terça-feira (15), o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026, propondo um aumento de 7,4% no salário mínimo, que deverá passar de R$ 1.518 para R$ 1.630. O reajuste, que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais um crescimento real de 2,5%, representa um incremento de R$ 112.
Embora o aumento atenda à política de valorização do piso nacional, críticos apontam que o reajuste reflete mais uma estratégia contida pela limitação do teto de gastos do que uma solução eficaz para melhorar o poder de compra dos trabalhadores brasileiros.
Impacto no orçamento e benefícios sociais
O salário mínimo é referência para cerca de 59,9 milhões de brasileiros, segundo o Dieese, e influencia diretamente benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e os pagamentos do INSS. No entanto, o modelo atual, limitado ao teto do arcabouço fiscal, tem gerado debate sobre a insuficiência do reajuste para cobrir a perda acumulada do poder de compra em meio à alta da inflação e ao custo de vida elevado.
Alterações possíveis e calendário de votação
Apesar do valor sugerido na LDO, o piso salarial de 2026 ainda pode ser revisado. Uma atualização será feita com a proposta orçamentária até 31 de agosto, e o número final dependerá do INPC de novembro, divulgado em dezembro.
O texto da LDO agora segue para análise da Comissão Mista de Orçamento, que poderá fazer ajustes antes de encaminhá-lo ao Congresso Nacional para votação. A aprovação do projeto até 17 de julho é essencial para evitar o bloqueio do recesso parlamentar.
O desafio da valorização real
Desde o início de seu mandato, Lula retomou a política de aumento real do salário mínimo, interrompida na gestão anterior. Contudo, as limitações impostas pelo arcabouço fiscal restringem o crescimento a 2,5% acima da inflação até 2030.
Para especialistas, a medida reflete um paradoxo: embora seja um avanço em relação ao congelamento praticado anteriormente, o reajuste é insuficiente para combater a desigualdade e impulsionar o consumo interno.
A proposta expõe o governo a críticas, especialmente de parlamentares e economistas que cobram mais ousadia para enfrentar os desafios socioeconômicos do país. Enquanto o debate segue, os trabalhadores e beneficiários esperam por uma solução que garanta não apenas reajustes automáticos, mas uma valorização efetiva do poder de compra.
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*Com informações Metrópoles