O PSDB vive dias de transformação e tensão política. Prestes a perder uma de suas principais lideranças, o governador Eduardo Leite (RS), que prepara sua saída para o PSD, o partido acelera os movimentos para garantir sua relevância no cenário nacional. Em abril, os tucanos devem anunciar a fusão com o Podemos e a formação de uma federação com o Solidariedade, em um esforço de reestruturação estratégica para enfrentar o fortalecimento de blocos políticos rivais.
A saída de Leite, segundo fontes próximas ao PSDB, já é dada como certa, ainda que não tenha sido comunicada oficialmente à executiva do partido. O governador gaúcho, que almeja disputar o Senado em 2026, mira um novo caminho político no PSD, aumentando a pressão interna nos tucanos para reagir rapidamente. A movimentação foi catalisada pela iminente união entre União Brasil e PP, que promete formar a maior força política no Congresso Nacional.
A fusão com o Podemos e a federação com o Solidariedade não são apenas movimentos estratégicos, mas também medidas de sobrevivência para o PSDB. Enfraquecido pela fragmentação interna e pela migração de lideranças, o partido busca se reposicionar como uma força de relevância no cenário político, especialmente diante da articulação de outros blocos como MDB e Republicanos.
O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi (SP), intensificou conversas com os tucanos para alinhar o cronograma de uma possível composição entre os partidos. Caso concretizado, o novo bloco formado por PSDB, Podemos, Solidariedade e MDB poderia equilibrar as forças políticas no chamado centrão e ampliar sua influência no Congresso.
O PSDB enfrenta um dilema: adaptar-se ao novo contexto político ou arriscar-se à irrelevância. A saída de Eduardo Leite, embora simbólica, representa a perda de uma liderança jovem e articulada, que vinha sendo apontada como um dos nomes para liderar a renovação tucana. Agora, o partido tenta redirecionar seu foco para as alianças, mas enfrenta o desafio de reconquistar sua base histórica e consolidar sua posição em meio a um cenário político fragmentado.
O próximo mês será decisivo para os tucanos. Entre negociações de fusões e federações, o partido precisará demonstrar que ainda tem força para influenciar o jogo político. No entanto, a saída de Leite e o fortalecimento de blocos rivais evidenciam que o PSDB está longe de uma solução definitiva para sua crise interna.
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*Com informações CNN