O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou, nesta quinta-feira (24), a prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, encerrando um longo capítulo de acusações e tentativas de recurso por parte da defesa. A ordem, emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, ocorre após a rejeição dos últimos embargos apresentados contra a condenação a 8 anos e 10 meses de prisão, decisão que remonta ao envolvimento de Collor em esquemas de corrupção ligados à BR Distribuidora, braço da Petrobras, durante a Operação Lava Jato.
A condenação de Collor, fundamentada na acusação de ter recebido R$ 20 milhões para manipular contratos públicos em troca de apoio político, destacou práticas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além disso, o ex-presidente teria influenciado a indicação de diretores estratégicos na estatal para facilitar o esquema com a UTC Engenharia.
A defesa de Collor argumentou em seus recursos que havia prescrição no processo e questionou a severidade da pena, mas Moraes foi categórico ao afirmar que os embargos tinham caráter "protelatório", autorizando a execução imediata da sentença. Sem esperar o aval do plenário do STF, previsto para uma sessão extraordinária nesta sexta-feira (25), a ordem de prisão já entrou em vigor.
Essa decisão marca um ponto de inflexão para o ex-presidente, cuja trajetória política alternou entre altos cargos de poder e sucessivos escândalos. Collor, que já havia renunciado à presidência em 1992 para evitar o impeachment, agora se vê forçado a enfrentar o rigor da justiça brasileira.
O caso também impacta outros envolvidos no esquema: Pedro Paulo Ramos cumprirá pena em regime semiaberto, enquanto Luís Pereira Duarte de Amorim terá penas restritivas de direitos. Para Collor, a execução penal no Distrito Federal evidencia o colapso de suas estratégias jurídicas e reforça o compromisso do STF em punir práticas corruptas.
Em nota, a defesa de Collor classificou a decisão como precipitada, afirmando que os recursos levantaram questões relevantes que deveriam ter sido analisadas pelo plenário. Mesmo assim, o ex-presidente sinalizou que irá se entregar às autoridades.
Com a prisão de Collor, o Brasil assiste ao desfecho de um caso que simboliza tanto o alcance da Operação Lava Jato quanto a persistência da impunidade em altos escalões até que a justiça seja feita.
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*Com informações Metrópoles