Mesmo em recuperação de uma complexa cirurgia de emergência, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta quinta-feira (1), em uma vídeo-chamada com apoiadores, que pretende comparecer à manifestação marcada para o próximo dia 7, em apoio à anistia dos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A ligação foi intermediada por Eduardo Torres, irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e realizada diretamente do hospital DF Star, em Brasília, onde o ex-presidente está internado há 17 dias.
“Se tiver condições físicas, pelo menos lá na torre me faço presente. Não vou poder caminhar, mas na torre me faço presente, se estiver bem”, declarou Bolsonaro, reafirmando sua determinação em participar do ato, ainda que de forma limitada. Ele detalhou que a cirurgia à qual foi submetido durou 12 horas e foi um procedimento invasivo, decorrente das sequelas do atentado sofrido em 2018.
Bolsonaro também reforçou sua narrativa ao associar Adélio Bispo, autor do ataque de faca contra ele, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Era para [me matar] aquele lulista, Adélio Bispo, mas deram azar. Papai do céu estava com a gente”, disse ele, mantendo a retórica de que o atentado teria motivação política.
Ainda em recuperação, o ex-presidente sinalizou que pode começar a se alimentar normalmente no final de semana e acredita que estará em casa dentro de uma semana. Apesar disso, Bolsonaro não apresentou previsão de alta médica.
Na conversa, ele também abordou a situação dos apoiadores presos em decorrência dos atos antidemocráticos de janeiro. “Estamos trabalhando pela anistia. Estão os irmãos presos completamente injustamente. Um crime impossível. Um golpe sem arma, sem tropa, sem núcleo financeiro, sem objetivo, sem nada (…) Eu sei que vai ser revertido mais cedo ou mais tarde”, afirmou.
A manifestação pela anistia tem mobilizado a base bolsonarista, que vê na presença de Bolsonaro, mesmo em recuperação, um símbolo de resistência política. O evento pode marcar um novo capítulo na tensão entre os apoiadores do ex-presidente e o governo Lula.
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*Com informações Metrópoles