Segunda, 08 de Setembro de 2025
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Haddad sonha alto e ignora realidade: Meta de crescimento econômico esbarra em inflação e juros recordes

Promessa de PIB acima de 3% expõe falta de conexão do ministro com os desafios estruturais da economia brasileira

06/05/2025 às 10h37
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Em sua visita aos Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, traçou uma meta ambiciosa: alcançar um crescimento econômico superior a 3% nos quatro anos de governo Lula. A promessa, no entanto, levanta sérias dúvidas sobre sua viabilidade e revela uma desconexão preocupante com a realidade econômica do país.

Enquanto economistas apontam que o PIB Potencial brasileiro — o crescimento sustentável sem gerar distorções como a inflação — está na casa dos 2%, Haddad parece ignorar os sinais claros de um cenário desafiador. Desde 2023, o crescimento da atividade econômica foi acompanhado por inflação acima de 4,5% e taxas de juros reais que lideram o ranking global, oscilando entre 7% e 9%.

Embora o governo celebre o crescimento do PIB, o custo dessa expansão é alarmante. A injeção de R$ 350 bilhões em gastos públicos, por meio de programas de transferência de renda e reajustes do salário mínimo, distorceu o equilíbrio fiscal e inflamou o consumo das famílias, gerando um efeito inflacionário perigoso. A política fiscal, apesar de cumprir metas primárias, tem recorrido a manobras contábeis e ao aumento da dívida pública, o que mina a sustentabilidade a longo prazo.

A situação dos investimentos, essenciais para o crescimento econômico robusto, também não justifica otimismo. Apesar de avanços pontuais em saneamento básico e energia elétrica, a taxa de investimento fechou 2024 em 17%, aquém dos 20% necessários para impulsionar a economia de forma consistente.

Haddad insiste em comemorar um crescimento que, segundo o próprio Banco Central, ultrapassa a capacidade do país. Esse otimismo ignora alertas claros de que a fórmula atual — crescimento puxado pelo consumo, inflação elevada e juros altos — está longe de ser motivo de celebração.

Além disso, é impossível desconsiderar que os avanços estruturais na economia, como reformas trabalhista e do saneamento, ocorreram em governos anteriores. O próprio PT foi contra essas mudanças e sinalizou esforços para revertê-las, comprometendo conquistas importantes.

Com uma política econômica que aposta em curto prazo e ignora desafios estruturais, o discurso de Haddad soa mais como um devaneio do que como um plano realista. A combinação de inflação alta, juros recordes e crescimento anabolizado por gastos públicos desenfreados não deveria inspirar orgulho, mas sim reflexão e correção de rota.

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*Com informações CNN

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