Campo Grande enfrenta uma nova crise na administração pública, agora envolvendo os servidores da Saúde. Após os trabalhadores administrativos da Educação anunciarem greve, os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) decidiram aderir à paralisação em protesto contra a ausência de reajustes salariais. O movimento, marcado para a próxima quinta-feira (15), contará também com médicos veterinários, resultando no fechamento de serviços essenciais, como as farmácias públicas e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
Com salários defasados em 30% e três anos sem reajuste, 340 profissionais, incluindo psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais, nutricionistas e fonoaudiólogos, cruzarão os braços. Entre as consequências imediatas estão a interrupção de serviços básicos à população, como distribuição de medicamentos e cirurgias de castração de animais.
Enquanto profissionais essenciais denunciam o descaso, a prefeita Adriane Lopes (PP) celebra um reajuste de 66,7% no próprio salário, que agora chega a R$ 35.462,22. Os secretários municipais, por sua vez, obtiveram aumentos de até 159%, enquanto vereadores receberam 37,32% de acréscimo.
O contraste gerou indignação entre os servidores. "Enquanto a prefeita e outros altos cargos recebem reajustes milionários, 30 mil trabalhadores estão sem aumento há três anos, acumulando uma defasagem insustentável", afirmou William Freitas, presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande (Sisem).
A paralisação promete agravar ainda mais a crise na saúde pública municipal, comprometendo atendimentos essenciais em uma cidade já fragilizada por falta de recursos e investimentos no setor. Além disso, o fechamento temporário do CCZ deixará a população vulnerável a surtos de zoonoses e outros riscos sanitários.
Os servidores se reunirão em frente ao Paço Municipal, na Avenida Afonso Pena, a partir das 8h do dia 15, para exigir uma resposta da gestão municipal. Contudo, a falta de diálogo por parte da administração reforça o clima de tensão e insatisfação que permeia a política salarial de Adriane Lopes.
A greve de advertência lança luz sobre a disparidade entre os interesses da população e as prioridades da administração, evidenciando a urgência de uma solução para a crise.
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*Com informações Vox MS