Uma série de denúncias expõe um esquema bilionário de fraudes no crédito consignado envolvendo aposentados e pensionistas do INSS. Nos últimos cinco anos, a autarquia autorizou 91 instituições financeiras a operar esse tipo de crédito — com débito direto na folha de pagamento — por meio de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs). Esse mecanismo também foi utilizado por entidades investigadas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em um esquema de cobranças indevidas que gerou prejuízos massivos.
Entre os bancos autorizados estão instituições de grande porte e financeiras menores, muitas das quais acumulam processos judiciais e condenações por práticas fraudulentas. Em diversas ações analisadas, peritos comprovaram o uso de assinaturas falsificadas e contratos fraudulentos, resultando em descontos indevidos na folha de pagamento de beneficiários que afirmam nunca terem contratado os empréstimos.
Além disso, aposentados que recorreram ao crédito consignado relatam ter sido surpreendidos com cobranças adicionais de mensalidades associativas de entidades desconhecidas. Em alguns casos, essas cobranças acumulam valores significativos, causando sérios prejuízos aos segurados.
Governos Lula sob pressão
As permissões concedidas pelo INSS durante os governos Lula (PT) estão no foco das investigações. A assinatura de ACTs facilitou o acesso de instituições financeiras ao mercado de crédito consignado, muitas vezes sem o devido controle sobre as práticas de seus parceiros comerciais. Esse modelo é apontado como fator determinante para a proliferação de fraudes.
A CGU e a PF apuram o envolvimento de empresas e entidades que operavam como intermediárias nesses esquemas. Correspondentes bancários e associações são suspeitos de terem atuado em parceria com grandes bancos para viabilizar os golpes, utilizando métodos como falsificação de documentos e cobrança de taxas abusivas.
Impacto no sistema financeiro
Grandes instituições financeiras que operam no crédito consignado declararam ter adotado medidas de segurança nos últimos anos, como biometria facial e geolocalização para validação de contratos. No entanto, as fraudes já consolidadas no período anterior continuam gerando processos e condenações.
As investigações em curso prometem ampliar o escrutínio sobre o sistema de crédito consignado, enquanto milhares de aposentados e pensionistas aguardam soluções e reparações para os danos causados. A crise de confiança no sistema é um desafio a ser enfrentado, com implicações profundas para a credibilidade do INSS e das instituições financeiras envolvidas.
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*Com informações Metrópoles
