A equipe econômica do governo Lula enfrenta uma encruzilhada em torno do ressarcimento às vítimas da fraude bilionária no INSS. Com mais de R$ 2,5 bilhões em descontos indevidos, o Planalto pressiona por uma solução rápida, enquanto os economistas alertam para o impacto na credibilidade das contas públicas caso o crédito extraordinário saia da meta fiscal.
O embate ganhou força com a possibilidade de acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para validar a exclusão desse gasto das metas estabelecidas. Para os técnicos, essa medida seria vista como uma flexibilização perigosa do compromisso com o equilíbrio fiscal. O Planalto, por sua vez, argumenta que a urgência da situação justificaria a excepcionalidade, especialmente diante da insatisfação crescente entre aposentados.
Alternativas em análise
Diante do impasse, três cenários estão sendo considerados:
Recuperação judicial dos valores desviados: Com bens bloqueados de entidades investigadas, a alternativa esbarra na lentidão processual, adiando a reparação para além de 2026.
Pagamento pelo Tesouro Nacional: Embora rápida, a medida enfrentaria críticas sobre o uso de recursos públicos para cobrir fraudes, minando a confiança popular e fortalecendo ataques da oposição.
Modelo híbrido: Priorizar os casos mais graves enquanto busca acelerar decisões judiciais. Essa abordagem tenta equilibrar urgência com responsabilidade, mas corre o risco de ser percebida como insuficiente.
O peso eleitoral e o futuro fiscal
As decisões tomadas agora terão repercussões políticas e econômicas significativas. A meta fiscal de deficit zero em 2025, já considerada ambiciosa, pode ser comprometida caso o governo não encontre uma solução equilibrada. Ao mesmo tempo, a demora ou insatisfação na resolução do problema pode alienar um eleitorado crucial para a sucessão de Lula em 2026.
O dilema evidencia não apenas a fragilidade orçamentária do governo, mas também o desafio de equilibrar interesses políticos e técnicos em um momento de crescente descontentamento social. O futuro do projeto político de Lula pode estar em jogo, e o relógio não para.
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*Com informações Poder 360