A primeira-dama Janja Lula da Silva deixou claro que não pretende se limitar a papéis decorativos no cenário político. Durante sua recente viagem à China, Janja protagonizou um momento emblemático ao abordar diretamente o presidente Xi Jinping sobre os perigos associados ao TikTok. A conversa ocorreu em um jantar diplomático e gerou controvérsia na imprensa.
Ao comentar o episódio, Janja refutou críticas de quebra de protocolo, enfatizando que o diálogo foi respeitoso e oportuno. “Eu não sou biscuit de porcelana. Não vou a um jantar apenas para acompanhar meu marido”, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo. Segundo ela, as preocupações com a rede social são urgentes, especialmente após casos como o de uma criança que perdeu a vida ao tentar um desafio viral.
Para Janja, sua intervenção foi uma forma de complementar o posicionamento do presidente Lula. “Meu marido é analógico, e eu quis traduzir o impacto real dessas plataformas para um público que talvez não compreenda sua gravidade,” explicou.
Ataques refletem resistência estrutural
A postura ativa da primeira-dama tem gerado reações intensas, incluindo ataques nas redes sociais. Nos últimos dias, a Advocacia-Geral da União precisou intervir, solicitando a remoção de conteúdos desinformativos publicados no TikTok e em outras plataformas.
Especialistas apontam que a resistência à figura pública de Janja vai além de críticas políticas. De acordo com sociólogos, as reações refletem um incômodo estrutural com mulheres que rompem barreiras em ambientes dominados por homens. “Janja ocupa um espaço de poder que ainda é visto com estranhamento. Esses ataques não são apenas pessoais, mas também uma tentativa de enfraquecer sua influência política e até mesmo a imagem do governo,” argumentou um dos especialistas.
A comparação com Michelle Bolsonaro, que também enfrentou especulações sobre uma possível candidatura presidencial, reforça a dimensão estratégica dos ataques. Contudo, Janja permanece firme em seu propósito de dar voz a temas relevantes, sejam eles domésticos ou internacionais.
Enquanto as críticas se intensificam, a primeira-dama segue desafiando normas e reafirmando que não está no cenário político como espectadora, mas como protagonista de discussões cruciais para o país.
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