O Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad, intensificou o diálogo com o setor bancário e entidades empresariais para reconsiderar o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Em coletiva realizada nesta quarta-feira (28), o secretário-executivo Dario Durigan afirmou que alternativas ao aumento estão sendo analisadas pela equipe econômica, após manifestações contrárias de diversos setores.
Ao lado de Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Durigan ressaltou que a Fazenda está aberta ao diálogo. “Estamos sempre dispostos a revisar, ajustar e estudar medidas que atendam nossas premissas, mas que minimizem impactos indesejados”, declarou. Segundo ele, o encontro foi construtivo e trouxe propostas relevantes para o debate.
Impactos no crédito
A Febraban apresentou preocupações sobre o impacto do IOF nas operações de crédito, especialmente para micro, pequenas e médias empresas. Segundo Isaac Sidney, o aumento pode elevar as taxas em até 40% para operações de curto prazo, como o risco sacado, fundamental para o varejo e fornecedores.
“O custo efetivo total dessas operações terá uma alta significativa. Esse encarecimento prejudica a competitividade do setor e o acesso ao crédito”, afirmou Sidney, destacando que o decreto também afeta câmbio, remessas ao exterior e previdência complementar.
Pressão política e técnica
No Congresso, partidos como Solidariedade, Novo, PP, União Brasil e MDB já apresentaram projetos para derrubar a alta do IOF. Dario Durigan reconheceu as preocupações e enfatizou que qualquer mudança no decreto impactará o contingenciamento de R$ 20,7 bilhões e o bloqueio de R$ 10,6 bilhões já previstos.
Além de Sidney, a reunião contou com a presença dos presidentes dos maiores bancos do país: Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Brasil e BTG Pactual. Segundo Durigan, o Ministério da Fazenda vai trabalhar em conjunto com a Febraban para analisar alternativas que equilibrem as contas públicas sem penalizar as operações de crédito.
“Avaliamos todas as sugestões apresentadas e estamos comprometidos em encontrar a melhor solução para o país neste momento”, concluiu Durigan.
A Febraban informou que novas reuniões técnicas serão realizadas para detalhar as alternativas e destacou a disposição do governo em manter o diálogo aberto. O impacto da medida, especialmente em um cenário de juros elevados, será monitorado de perto pelo mercado e pelos parlamentares.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias.
*Com informações Poder 360