Sob intensa pressão do Congresso Nacional, o governo federal enfrenta um impasse após o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com um prazo de 10 dias para apresentar um plano alternativo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou nesta segunda-feira (2) duas possíveis estratégias para contornar a crise: a correção de "distorções do sistema financeiro" e a implementação de novas reformas estruturais.
No entanto, a falta de detalhes concretos nas propostas aumenta a tensão entre o Executivo e o Legislativo. Haddad afirmou que a prioridade da equipe econômica é "resolver desequilíbrios tributários nas finanças", mas não especificou quais distorções seriam corrigidas. A alternativa de reformas estruturais, embora vista como mais viável a longo prazo, exige articulação política robusta e consenso no Congresso.
A elevação do IOF, anunciada em maio para atingir a meta fiscal de 2025, provocou imediata repercussão negativa. Deputados e senadores articularam-se para derrubar a medida, com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, solicitando a suspensão imediata do imposto sobre o "risco sacado".
Apesar da sintonia mencionada por Haddad nas conversas com o presidente Lula e os líderes do Congresso, a crise expõe fragilidades do governo em lidar com medidas fiscais impopulares. A aparente confiança demonstrada pelo ministro não alivia o mercado financeiro, que vê as ações como paliativas diante de desafios fiscais mais profundos.
Em meio à pressão, Haddad destacou a necessidade de optar entre "medidas regulatórias paliativas" e "reformas estruturais". Embora tenha sinalizado preferência pela segunda opção, ele admite que o governo ainda não chegou a uma decisão política definitiva.
“Não vai ser discutido [risco sacado] dessa maneira. Ninguém aqui está querendo postergar”, afirmou Haddad, ressaltando que o foco está em apresentar soluções que equilibrem os interesses do Executivo e do Legislativo.
Com a oposição crescente à alta do IOF e a urgência em atender às demandas do Congresso, o governo enfrenta um momento decisivo. Sem um plano alternativo claro e eficaz, a credibilidade da equipe econômica e a capacidade do governo Lula de implementar reformas de impacto ficam em xeque.
O próximo passo será definir os termos das medidas a serem apresentadas aos líderes do Congresso e ao presidente da República. Enquanto isso, a falta de clareza sobre as "correções no sistema financeiro" e o escopo das reformas estruturais eleva as incertezas sobre a trajetória fiscal e política do país.
A pressão continua, e o tempo corre contra o governo, que precisa evitar mais desgaste em um cenário já marcado por tensões econômicas e políticas.
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*Com informações CNN