Às vésperas de sua visita de Estado à França, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu as críticas sobre sua queda de popularidade e traçou uma meta ambiciosa: evitar o retorno da extrema-direita ao poder em 2026. “Quero viver até os 120 anos! Sobre 2026, só posso garantir uma coisa: não permitirei o retorno da extrema-direita ao poder. O remédio para a crise não é menos democracia — é mais democracia”, afirmou o presidente em entrevista ao jornal francês Le Monde.
Lula atribuiu parte das dificuldades de sua gestão às redes sociais, que, segundo ele, fomentam agressividade e dificultam a comunicação dos avanços do governo, como o crescimento do PIB em 3,4% e a queda do desemprego. Apesar disso, destacou que lidera nas intenções de voto para as próximas eleições.
O presidente defendeu a exploração de petróleo na Margem Equatorial, argumentando que os recursos são essenciais para financiar a transição energética do Brasil. “Nenhum país pode abrir mão do petróleo tão rápido. No nosso caso, é justamente o dinheiro do petróleo que financiará nossa transição energética”, declarou.
A exploração, no entanto, enfrenta oposição de ambientalistas e lideranças indígenas, especialmente com o Brasil sediando a COP30 em novembro. Lula rebateu as críticas, garantindo que a Petrobras tem capacidade técnica para realizar a operação de forma segura.
Lula também abordou temas sensíveis, como as guerras na Ucrânia e em Gaza. Sobre a Ucrânia, reiterou que o “erro foi de Putin” ao invadir o país, mas atribuiu responsabilidade ao Ocidente pela escalada do conflito. Já em relação a Gaza, Lula foi enfático ao classificar as ações de Israel como genocídio: “Não se trata de um confronto entre exércitos, mas de um massacre de civis por uma força militar altamente sofisticada.”
No âmbito comercial, Lula destacou o protagonismo do Brics como resposta ao domínio econômico dos EUA. Ele minimizou as ameaças de Trump sobre tarifas de 100% contra países que abandonem o dólar, afirmando que o Brasil não pedirá autorização a Washington para definir suas políticas comerciais.
Ao fim, o presidente reforçou sua defesa por um sistema multilateral mais eficaz e criticou a paralisia da ONU. “Precisamos mais do que nunca de uma governança global que funcione”, afirmou, em uma declaração que reflete sua visão para o futuro do Brasil no cenário internacional.
A entrevista revela um presidente que, mesmo diante de desafios internos e externos, mantém o tom combativo e se posiciona como uma liderança disposta a enfrentar polêmicas e reforçar seu legado político.
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*Com informações Poder 360