Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que está fora do Brasil, adotando a Europa como base de operações. A deputada, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por seu papel na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), declarou que sua saída é parte de uma estratégia para "resistir" ao que chama de regime autoritário no país.
Zambelli, que revelou a mudança durante uma entrevista ao canal AuriVerde, afirmou que buscou o exterior para tratar questões de saúde e iniciar uma campanha internacional. “Não é um abandono, mas uma resistência. Vou denunciar o que está acontecendo no Brasil em todas as cortes europeias”, declarou.
A decisão do STF atribuiu à parlamentar o papel de autora intelectual de uma operação cibernética executada por Walter Delgatti Neto, conhecido hacker. A invasão resultou em um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, com evidências indicando pagamentos de R$ 13,5 mil pelo trabalho.
A defesa de Zambelli, no entanto, apresentou recurso contestando o processo, alegando cerceamento e falta de acesso a documentos fundamentais, como 700 GB de informações. Além disso, os advogados pedem que a perda do mandato e a inelegibilidade de oito anos sejam revertidas.
A deputada também destacou os desafios impostos por sua saúde debilitada. Portadora da síndrome de Ehlers-Danlos e enfrentando problemas cardíacos, ela afirmou que a prisão representaria um risco à sua vida. “Meus médicos são categóricos: o estresse de uma sentença como essa seria insuportável para mim”, declarou.
Em paralelo, Zambelli recorreu a uma campanha pública, pedindo doações para custear as multas aplicadas em seus processos judiciais. “Com coragem e o coração apertado, peço ajuda para continuar essa batalha que é por todos nós”, disse, em um apelo compartilhado nas redes sociais.
Embora ainda mantenha o mandato, a possibilidade de perda definitiva cresce à medida que o caso avança. Mesmo assim, Zambelli reafirmou que sua luta vai além do Congresso Nacional. “Vou resgatar a essência da minha atuação política e continuar denunciando. A resistência é global agora”, concluiu.
A decisão de partir para a Europa traz novos desdobramentos ao polêmico caso, com implicações que extrapolam o cenário político brasileiro e acendem o debate sobre os limites da Justiça e da imunidade parlamentar.
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*Com informações Metrópoles