A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), eleita durante a onda bolsonarista de 2018, traçou um rompimento definitivo com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao descrever o bolsonarismo como uma “seita” em entrevista a um podcast.
Soraya, que ganhou notoriedade ao surfar na rejeição ao PT naquele ano, revelou o que considera uma série de traições por parte de Bolsonaro e do PSL, antigo partido do ex-presidente. “Enquanto trabalhávamos para estruturar chapas pelo país, ele optava por priorizar interesses pessoais e abandonar aliados. Ser traído no bolsonarismo é apenas questão de tempo”, declarou a senadora.
Para Soraya, a ruptura vai além das questões pessoais, alcançando as bases ideológicas que o bolsonarismo alega representar. “Conservadorismo não é interferência nos costumes; é respeito às instituições. No entanto, o que vimos foi a incitação ao caos e às intervenções militares, o oposto do que deveria ser uma direita sólida e coerente”, pontuou.
A parlamentar também disparou contra a gestão de Bolsonaro em relação ao combate à corrupção, descrevendo-a como “pífia” e mencionando constantes trocas na Polícia Federal e no Ministério da Justiça durante seu governo.
Soraya foi incisiva ao classificar o movimento em torno de Bolsonaro como um fenômeno de culto à personalidade. “Seita é quando não se pode discordar do líder. Qualquer voz contrária, principalmente de uma mulher, é atacada de forma cruel”, afirmou. Ela revelou ter sido alvo de ataques virtuais e monitoramento por uma suposta “Abin paralela”.
Distante do núcleo bolsonarista, Soraya reforça que mantém os mesmos princípios ideológicos que a levaram ao Senado. “Eu não mudei. Foram eles que abandonaram tudo aquilo que diziam defender.”
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*Com informações Primeira Página