Quinta, 12 de Junho de 2025

CPI do Transporte Público revela crise financeira e falhas estruturais no Consórcio Guaicurus

Diretor da empresa admite prejuízo milionário e aponta problemas nas condições das vias que afetam acessibilidade dos ônibus

10/06/2025 às 08h34
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Izaias Medeiros
Foto: Izaias Medeiros

A terceira fase da CPI do Transporte Público em Campo Grande começou nesta segunda-feira (9) com a oitiva de Paulo Vitor Brito de Oliveira, diretor de Operação do Consórcio Guaicurus. Com mais de 16 anos na empresa, Paulo Vitor respondeu a questionamentos dos vereadores sobre o funcionamento do serviço, focando em questões como a manutenção da frota, acessibilidade e a saúde financeira do consórcio.

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Durante o depoimento, foi revelado que o consórcio passou de um lucro de R$ 600 mil em 2022 para um déficit que se aproxima dos R$ 5 milhões em 2023. Essa situação preocupante ocorre mesmo com uma pequena redução na quantidade de passageiros e um aumento nas gratuidades concedidas. A vereadora relatora Ana Portela pediu documentos atualizados que possam esclarecer os números, e o diretor se comprometeu a apresentar um fluxo de caixa real da empresa.

Um ponto crítico levantado foi a influência das más condições das ruas da capital no desempenho dos veículos. Segundo Paulo Vitor, a infraestrutura precária, como buracos nas vias, provoca danos nos elevadores de acessibilidade dos ônibus, essenciais para passageiros com mobilidade reduzida. Ele detalhou que impactos nas ruas causam “torsões” que desregulam esses equipamentos, que precisam de ajustes precisos para funcionar corretamente.

No que diz respeito à operação, o diretor informou que cerca de 417 ônibus circulam diariamente durante a semana, mantendo uma velocidade média baixa de 17 km/h, e que no fim de semana a frota opera com aproximadamente 60% desse total.

Sobre a crise financeira, Paulo Vitor destacou que o problema não está só na diminuição dos passageiros, mas também no valor da tarifa, que ele considera inadequado para cobrir os custos do sistema.

A CPI também divulgou dados da ouvidoria, que recebeu 602 reclamações até o momento. A maioria das queixas aponta para problemas como ônibus mal conservados, superlotação e atrasos constantes, gerando insatisfação entre os usuários.

A próxima etapa da CPI está marcada para quarta-feira (11), com o depoimento de ex-funcionários do consórcio.

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