Uma frase equivocada sobre um famoso ditado chinês colocou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no centro de uma onda de memes nesta quarta-feira (11). Durante a discussão sobre a responsabilização das plataformas digitais no Brasil, o decano atribuiu ao atual líder da China, Xi Jinping, a expressão “não importa a cor do gato, mas que ele cace o rato” – frase que, na verdade, é de Deng Xiaoping, arquiteto das reformas econômicas chinesas nos anos 1980.
O deslize não passou despercebido pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que prontamente corrigiu Gilmar. Deng Xiaoping usou a “Teoria do Gato” para justificar a abertura econômica da China, priorizando resultados práticos acima de ideologias. Apesar da correção, a fala do decano já havia rendido repercussão nas redes sociais, com usuários misturando humor e crítica ao comentário.
A sessão também marcou um importante avanço no julgamento sobre o Marco Civil da Internet, que pode alterar significativamente a responsabilidade das plataformas digitais no país. Por ora, há uma maioria de 6 votos para ampliar a responsabilização das redes sociais por conteúdos publicados por usuários.
A proposta em análise divide opiniões entre os ministros:
Manter a exigência de ordem judicial para qualquer remoção de conteúdo: 1 voto (André Mendonça);
Exigir ordem judicial apenas para crimes contra a honra: 4 votos (Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes);
Eliminar completamente a necessidade de ordem judicial: 2 votos (Dias Toffoli e Luiz Fux).
A votação será retomada nesta quinta-feira (12), quando os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e Cármen Lúcia apresentarão seus votos.
Mesmo com o avanço técnico do julgamento, a fala de Gilmar Mendes continua sendo o principal assunto nas redes, destacando como um comentário inusitado pode ofuscar discussões de grande impacto no país.
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*Com informações Poder 360