A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que apura um esquema de espionagem clandestina dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecido como "Abin paralela". O relatório, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), traz nomes de peso entre os indiciados, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos). Também figura na lista Luiz Fernando Corrêa, atual diretor da agência, além de outras 31 pessoas envolvidas.
A investigação revelou que a estrutura operava com o uso do software israelense First Mile, ferramenta sofisticada adquirida no governo Temer. Por meio dela, foi possível rastrear opositores e figuras de interesse político, utilizando dados coletados de torres de telecomunicação.
Segundo a PF, o esquema foi dividido em núcleos com funções específicas. Carlos Bolsonaro teria liderado o núcleo político, em colaboração com assessores e Alexandre Ramagem, para acessar inquéritos sigilosos e mapear possíveis adversários. Paralelamente, o núcleo de alta gestão, liderado por Ramagem, dava respaldo para justificar as atividades ilegais sob a aparência de legalidade.
Entre as práticas identificadas, estão tentativas de manipular investigações da PF para favorecer Renan e Flávio Bolsonaro, além de espionagem direta de adversários como Rodrigo Maia e Joice Hasselmann. Uma terceira célula teria associado, de maneira fraudulenta, parlamentares e ministros do STF ao crime organizado.
Com base no inquérito, o STF avaliará as responsabilidades dos envolvidos e os desdobramentos legais.
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*Com informações Metrópoles