O Palácio do Planalto foi surpreendido pelo anúncio do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) de que a Câmara votará nesta quarta-feira (25) a derrubada do decreto que alterou as alíquotas do IOF. A decisão, divulgada na noite de terça-feira (24), pegou desprevenido não apenas o governo, mas também líderes da oposição, já que Motta havia prometido conceder mais tempo ao Executivo para negociar alternativas.
Nos bastidores, a articulação política do governo aponta para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como o responsável pela reviravolta. Em entrevista à TV Record na mesma noite, Haddad criticou o projeto de lei que amplia as vagas na Câmara de 513 para 531 deputados, classificando qualquer aumento de gasto como “indesejável” diante da taxa Selic elevada.
A declaração foi mal recebida por auxiliares da ministra Gleisi Hoffmann, que lidera a Secretaria de Relações Institucionais. "Ele tem que ser bombeiro, não incendiário", comentou um assessor próximo, referindo-se à necessidade de Haddad agir com mais cautela em um momento de fragilidade política para o governo.
Haddad, por sua vez, minimizou a relação entre sua fala e a decisão de Hugo Motta. “Não faz sentido”, declarou, justificando que seu posicionamento era uma análise técnica sobre o impacto fiscal.
A atitude de Motta acendeu alertas na base governista, que teme um desgaste ainda maior na articulação política, especialmente em um momento em que o governo busca consolidar apoio para pautas prioritárias. O espaço para manifestações do deputado permanece aberto, mas, até o momento, Motta não comentou o episódio.
A crise expõe as fragilidades na coordenação entre a equipe econômica e o núcleo político do governo, colocando em risco a aprovação de medidas essenciais para a agenda do Executivo.
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*Com informações Metrópoles