O transporte público de Campo Grande, operado pelo Consórcio Guaicurus, continua sendo alvo de debates e propostas na Câmara Municipal. O presidente da Casa, vereador Papy (PSDB), defendeu a criação de um Fundo Municipal de Transporte e maior aporte financeiro para salvar o sistema, considerado precário por usuários e parlamentares.
Durante reunião com a CPI que investiga o consórcio, Papy sugeriu repasses regulares vinculados ao orçamento, eliminando a dependência de decisões de gestões futuras. “Precisamos de um fundo com dinheiro carimbado para o transporte. Só assim podemos garantir investimentos em terminais, pontos de ônibus e melhorias reais na mobilidade urbana”, afirmou.
Papy propôs também buscar apoio financeiro do Governo de Mato Grosso do Sul, da União e da bancada federal. Ele destacou conversas já iniciadas com a ministra Simone Tebet sobre recursos de custeio para o transporte público da capital. “Um grande acordo entre todas as esferas pode garantir o futuro do sistema, que hoje enfrenta sérias dificuldades financeiras”, pontuou.
Enquanto o presidente da Câmara apresenta soluções, a CPI enfrenta críticas por falta de resultados concretos. Com mais de 620 denúncias da população, a comissão já gastou mais de R$ 100 mil em contratos externos, mas ainda não convocou Paulo Constantino, dono do consórcio, para prestar esclarecimentos.
O presidente da CPI, vereador Lívio Leite (União), justificou que o cronograma de trabalho não exige a presença de Constantino neste momento, mas não descartou uma futura convocação. Essa postura gerou descontentamento entre parlamentares e parte da população, que questionam a efetividade da investigação.
A defesa de Papy por mais subsídios ao transporte coletivo não é novidade. Desde o início do ano, o vereador tem argumentado que o sistema precisa de repasses constantes para equilibrar a operação e garantir melhorias. Em 2024, os repasses municipais chegaram a R$ 19,5 milhões, representando um aumento em relação ao ano anterior.
Apesar das críticas, Papy acredita que a combinação de um fundo municipal com fiscalização mais rígida, incluindo a revisão de normas da Agereg, pode ser a solução definitiva para reverter a crise e melhorar o transporte coletivo de Campo Grande. “Precisamos garantir que o consórcio cumpra suas obrigações, incluindo a renovação da frota e maior transparência”, finalizou.
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*Com informações Midiamax