A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Consórcio Guaicurus promoveu nesta quarta-feira (25) uma audiência pública para ouvir as reclamações dos usuários do transporte coletivo de Campo Grande. Durante o evento, o vereador Maicon Nogueira, integrante da CPI, denunciou que a frota do consórcio opera com idade quase duas vezes superior à prevista no contrato, o que agrava o desgaste dos veículos e prejudica o atendimento à população.
Transmitida ao vivo da Praça Ary Coelho, a audiência permitiu que moradores enviassem suas queixas em tempo real. Nogueira ressaltou a importância de coletar esses depoimentos para complementar as evidências já levantadas pela fiscalização, reforçando que os problemas apontados vão muito além das falhas administrativas.
Moradora do Jardim Talismã, Ana Lúcia Ramirez Mendonça descreveu a situação do transporte público como “inaceitável”, citando a falta de higiene nos terminais, ônibus lotados e condições desconfortáveis que persistem há décadas, mesmo após reformas superficiais.
O parlamentar também chamou atenção para o modelo do contrato vigente há 13 anos, que prevê subsídios públicos para compensar prejuízos da empresa, uma prática que tem sido amplamente questionada desde a pandemia, com pedidos crescentes de aumento do repasse.
Maicon frisou que a decisão sobre a rescisão do contrato cabe ao Executivo, e que o Legislativo atua para pressionar por melhorias concretas, como a renovação da frota com veículos equipados com ar-condicionado e movidos a gás, maior número de ônibus em circulação e investimentos em mobilidade urbana e concursos públicos para fiscalização eficiente.
“Estamos construindo um conjunto de provas para que o Ministério Público e o Judiciário possam agir com base em evidências robustas, visando garantir um transporte público digno e de qualidade para a população”, concluiu o vereador.
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