Um levantamento obtido por advogados da Câmara dos Deputados revela que 83% dos inquéritos e processos em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) contra parlamentares têm como alvo deputados alinhados à direita política. Dos 34 deputados investigados, 26 são da direita, enquanto apenas cinco pertencem à esquerda.
O estudo mostra que as redes sociais se tornaram o principal foco de criminalização, com 46 investigações relacionadas a postagens na internet, sendo 40 contra parlamentares de direita. O Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, é o mais atingido: 64% dos processos envolvem deputados do partido. O PT, de Lula, aparece com apenas um processo.
Entre os alvos centrais está Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que enfrenta uma ação penal e mais cinco procedimentos no STF, boa parte por críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Parlamentares como Carla Zambelli, Gustavo Gayer, Ricardo Salles e General Pazuello também figuram com múltiplas investigações.
A pesquisa aponta ainda que, entre os parlamentares de esquerda, o único réu é André Janones (Avante-MG), por confissão de “rachadinha” e denúncias de injúria contra Bolsonaro. Já nomes como Gleisi Hoffmann e Arthur Lira, alvos de denúncias por corrupção, tiveram os processos rejeitados pelo STF.
Para Gustavo Gayer (PL-GO), os números revelam uma “perseguição aberta” do STF à oposição. “É uma articulação para enfraquecer a direita antes de 2026. Deputados estão sendo processados por falarem, enquanto crimes reais são ignorados”, afirmou.
O levantamento reacende o debate sobre a imparcialidade do STF e sua atuação no campo político, especialmente após as declarações de Gayer, que classificou o cenário como um “policiamento do pensamento em plena democracia”.
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*Com informações Gazeta do Povo