A CPI do Transporte Público da Câmara de Campo Grande avançou para uma etapa técnica nesta quarta-feira (2) e ouviu duras críticas de dois especialistas em mobilidade urbana e planejamento das cidades. Em depoimentos incisivos, os professores Jurandir Fernandes e Maria Lúcia Torrecilha descreveram o atual sistema da Capital como desarticulado, lento e desconectado da realidade dos usuários.
Durante a oitiva no plenarinho Edroim Reverdito, os professores destacaram que o transporte coletivo da cidade está à deriva por falta de um plano diretor funcional e de políticas públicas integradas à infraestrutura urbana. Para eles, é impossível melhorar o serviço sem uma revisão profunda do modelo atual.
Engenheiro formado pelo ITA, Jurandir Fernandes defendeu mudanças imediatas no contrato com as operadoras e investimentos em fluidez no tráfego. “Transporte público só será competitivo se for rápido, previsível e confortável. Hoje, o passageiro perde tempo demais parado no trânsito, dentro do ônibus. Isso é inaceitável”, disparou.
Já Maria Lúcia Torrecilha cobrou uma abordagem mais humana no planejamento urbano. “Estamos vivendo sob soluções emergenciais. A cidade precisa ser pensada para quem nela vive. O transporte coletivo deve estar conectado a todas as outras infraestruturas, e isso hoje não existe”, afirmou.
As críticas dos especialistas serão incorporadas ao relatório final da CPI, que agora cruza dados técnicos para responsabilizar gestores e sugerir soluções reais para um dos maiores gargalos enfrentados pela população campo-grandense: o caos diário no transporte público.
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