A executiva nacional do PSB e do Cidadania deu início às tratativas para uma nova federação partidária que pode se concretizar antes das eleições de 2026. O movimento tem como pano de fundo o risco de extinção das duas legendas em estados como Mato Grosso do Sul, onde enfrentam perda de representatividade e dificuldades para cumprir a cláusula de barreira.
O Cidadania, que ainda mantém federação com o PSDB até abril de 2025, já iniciou consultas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aos seus filiados sobre a possível união com o PSB. A decisão foi confirmada em nota divulgada após reunião da executiva na última terça-feira (30), quando o partido autorizou por unanimidade a abertura das negociações.
“A decisão é fruto de um processo interno de escuta e debate, e busca fortalecer o campo democrático em meio à crescente polarização política no país”, destacou o comunicado.
A atual federação PSDB-Cidadania, firmada em 2022, sofreu fortes críticas de lideranças do Cidadania, que alegam desvantagens na aliança. Em Campo Grande, por exemplo, dos 30 candidatos a vereador na chapa, apenas dois eram do Cidadania e nenhum foi eleito.
Já o PSB sul-mato-grossense vive momento crítico. Com apenas um deputado estadual — Paulo Duarte — e um prefeito no Estado, a sigla pode desaparecer nas próximas eleições se não reagir. Duarte, inclusive, avalia deixar o partido durante a janela partidária de 2026.
O partido também está fora dos planos eleitorais do governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja, ambos do PSDB, que devem priorizar apenas três siglas na formação de alianças para 2026.
A esperança de sobrevivência do PSB no Estado recai sobre o presidente do diretório municipal em Campo Grande, vereador Carlão, que pode liderar a formação de uma chapa para deputado estadual. Ele e outros 20 vereadores da legenda não podem mudar de partido, pois a janela para troca de sigla só será aberta em 2028.
A nova federação entre PSB e Cidadania visa atender à cláusula de barreira, que exige que os partidos elejam ao menos 13 deputados federais ou obtenham 2,5% dos votos válidos para a Câmara em nove estados. Caso contrário, perdem acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral.
Enquanto PSB e Cidadania negociam união, outras federações também estão em construção. O PRD e o Solidariedade abriram conversas para fusão, enquanto o MDB articula uma aliança com o Republicanos — que pode até incluir o PSDB no bloco.
O mapa partidário para 2026 está em plena reconfiguração, e para partidos menores, a federação pode ser a única chance de sobrevivência política.
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*Com informações Investiga MS