Quinta, 06 de Novembro de 2025

Boulos tenta virar o jogo na Paulista com ato pela taxação dos super-ricos e mira 2026

Com apoio do Planalto, mobilização busca reerguer Lula após derrotas no Congresso e acirrar embate entre povo e elite

03/07/2025 às 11h07
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Em um novo capítulo da guerra de narrativas que marcará o embate eleitoral de 2026, o deputado Guilherme Boulos (Psol-SP) convocou para o dia 10 de julho uma manifestação na Avenida Paulista em defesa da taxação dos super-ricos. A ofensiva, respaldada pelo Palácio do Planalto, busca reforçar o discurso de que o governo Lula representa os interesses da população mais pobre diante de um Congresso acusado de proteger privilégios.

O ato, programado para ocorrer no vão do Masp — mesmo palco do último evento de Jair Bolsonaro —, é parte de uma articulação mais ampla para recolocar a esquerda nas ruas e disputar corações e mentes em torno da chamada “justiça tributária”. Boulos, que é pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, tenta também transformar a mobilização em trampolim político para seu projeto municipal e nacional.

A campanha “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, lançada pelo PT nas redes sociais, utiliza vídeos com linguagem popular e estética de inteligência artificial para criticar o atual sistema de impostos, que recai mais sobre o consumo do que sobre a renda dos mais ricos. O próprio presidente Lula tem promovido a bandeira com entusiasmo, chegando a exibir cartaz da campanha em Salvador, nesta quarta-feira (2), durante as celebrações da independência da Bahia.

Apesar do apelo popular, a proposta enfrenta barreiras no Congresso. A recente derrubada de um decreto que elevava o IOF acendeu o alerta no Planalto. Parlamentares do centrão, cada vez mais distantes do governo, travam a pauta econômica de Lula, gerando desgaste político e abrindo espaço para a oposição reagir.

O governador Romeu Zema (Novo), um dos nomes que despontam como contraponto ao lulismo, classificou a campanha como “blá-blá-blá” e acusou o governo de tentar enganar a população. A federação formada por União Brasil e Progressistas também respondeu com um vídeo satírico, retratando o povo esmagado pelo peso dos impostos e pelos gastos públicos ineficientes.

O PT, por sua vez, aposta em transformar a taxação dos super-ricos em símbolo de um novo pacto social. A ideia é clara: deslocar o eixo da disputa para o campo moral — entre quem defende o “andar de baixo” e quem serve ao “andar de cima”. A batalha da Paulista, mais do que um protesto, será um termômetro da capacidade da esquerda de reacender sua base nas ruas e recuperar terreno perdido no Congresso.

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*Com informações Poder 360

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