
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a mirar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a quem acusa de atuar de forma direta para atrapalhar o andamento da ação penal em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu por tentativa de golpe de Estado.
De acordo com decisão tornada pública nesta quarta-feira (9), Moraes considerou que uma postagem feita por Eduardo no dia 29 de junho, durante ato na Avenida Paulista, configura mais uma tentativa de interferência no processo judicial. O conteúdo compartilhado mostra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) criticando em inglês as investigações no Brasil, com uma mensagem direcionada a interlocutores estrangeiros. A publicação foi classificada pelo ministro como uma tentativa de pressionar o Judiciário por vias externas.
Com isso, Moraes ordenou a inclusão do vídeo no inquérito que apura possíveis crimes cometidos por Eduardo, como coação no curso do processo, obstrução de investigação contra organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O ministro também determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre os fatos. O inquérito em questão foi aberto em maio, após a PGR apontar que Eduardo vinha promovendo campanhas nas redes sociais para que os Estados Unidos sancionassem ministros do STF.
Além disso, Moraes autorizou a prorrogação por mais 60 dias da investigação da Polícia Federal contra o parlamentar, atendendo a pedido da corporação. Segundo a PF, diligências ainda estão em andamento.
Durante as apurações, a Polícia Federal ouviu o próprio Jair Bolsonaro, que admitiu ter enviado R$ 2 milhões ao filho por Pix, em maio deste ano. O valor, segundo o ex-presidente, teria sido retirado dos R$ 17 milhões arrecadados em doações durante campanha feita para pagar multas na pandemia.
Atualmente residindo nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro afirma estar sendo perseguido politicamente pelo STF. No entanto, para Alexandre de Moraes, as ações do deputado seguem uma linha clara de tentativa de desestabilização institucional. O caso ganha fôlego e torna ainda mais tenso o embate entre o bolsonarismo e o Supremo.
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*Com informações Metrópoles